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Hermínio Fernandes de Medeiros (88 anos), agricultor morador do Sítio Perdição, no município de Campo Grande-RN, desolado com a perca do rebanho de gado. Foto: Aldair Dantas. 

Os rios que abastece a região de Campo Grande-RN estão secos. Foto: Aldair Dantas.

 

O Repórter Fotográfico Aldair Dantas, tem no seu currículo, passagens pela TV Ponta Negra, Tribuna do Norte e atualmente trabalha na  TV Assembleia. Foto: Humberto Sales. 

Redação/eliasjornalista.com

O fotógrafo potiguar, Aldair Dantas, realizou uma expedição ousada pelo médio oeste do RN e registrou relatos sobre a seca no município de Campo Grande. A aventura foi realizada entre os dias 8, 9 e 10 de março, encarar sol forte, escassez de água, terrenos tórridos e constatar o sofrimento do Sertanejo, foram alguns dos ingredientes dessa viagem.

A notória falta de chuva em grande parte da Região Nordeste já obrigou 144 cidades do Rio Grande do Norte a decretar situação de emergência, afetando, somente nas zonas rurais, mais de 500 mil pessoas. Em alguns municípios do sertão potiguar, a estiagem já obriga muitas pessoas a percorrer longas distâncias sob o efeito do sol em busca de água que são distribuídos por carros carros-pipas, incluindo Campo Grande.

A cronologia da seca se arrasta por décadas

Uma cronologia anunciada que se arrasta por décadas. Os gestores públicos fazem o mínimo ou quase nada para amenizar ou resolver a situação. Parece ser mais fácil decretar estado de calamidade pública e forçar o governo federal a liberar verbas, do que propriamente resolver o problema.

Segundo a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o problema, contudo, não é propriamente a seca, algo com que, segundo ela, o sertanejo potiguar já está acostumado, mas sim “a falta de infraestrutura hídrica” adequada, ou seja, de distribuição. “A seca não é novidade. É o nosso clima”, disse a governadora, em nota publicada no site do governo.

“Temos que pensar uma forma de desenvolver infraestrutura hídrica que leve água às cidades, fortalecendo o campo. Estamos vivenciando a maior seca e ela não vai acabar agora. Sabemos que a cada dia teremos mais situações realmente de calamidade”, conclui a governadora.

Em suas músicas, o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, sempre exaltou o nordestino.

O nordestino, especialmente os pertencentes à zona rural, sempre foram exaltados nas letras musicais, além de cantada em prosa e verso, pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga. “Mandacaru quando fulora na seca é o sinal que a chuva chega no sertão…” onde se encontra o termo mandacaru (Cacto), símbolo da seca.

Considerado um Hino do Nordeste, a música Asa Branca (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira), composta em 1947, continua mais atual do que nunca. “Quando olhei a terra ardendo, Qual fogueira de São João, Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação?”, se percebe que as letras das músicas foram construídas com respeito ao povo nordestino, ao qual Luiz Gonzaga teve maior admiração, sem esquecer suas origens.

O nordestino resiste à seca

Uma das saídas apontadas por especialistas para amenizar o sofrimento dos nordestinos em períodos longos de seca, seria o incentivo por parte do governo da criação do rebanho de caprino, animal resistente e de fácil adaptação ao clima local. “O financiamento que seria responsabilidade do Banco do Nordeste, não sai das intenções, porque o agricultor não tem como pagar o financiamento”, alega Hermínio Fernandes, agricultor.

O lado religioso e a esperança em São José

Segunda crença popular, chuva indica ano de boa colheita e abundância. A crença católica diz que se chover até o Dia de São José, celebrado nesta terça-feira (19), a safra vai ser boa. O dia começa com pancadas de chuvas onde anuncia o inverno que até o presente momento foram insuficientes para a formação de estoques de água nos principais reservatórios; açudes, tanques, poços tubulares, barreiros e principalmente cisternas, importante recurso para o suprimento da população rural com água potável, dessa forma a fé e a esperança do Sertanejo permanece.

Em tempos de vacas magras e de seca prolongada, além de chamar a atenção para o problema, as imagens do fotógrafo Aldair Dantas, falam por si só.

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