Marca Maxmeio

Postado às 11h04 CidadeDestaque Nenhum comentário

Crédito Mateus de Paula.

Os dois reservatórios, que estavam praticamente secos na primeira quinzena de fevereiro, acumulam atualmente 54,7 milhões de metros cúbicos

Treze anos depois da última cheia, o açude Marechal Dutra, em Acari, conhecido como Gargalheiras, voltou a transbordar, após uma recarga que durou apenas 42 dias. Foi a 30ª “sangria” em 65 anos. O ponto de transbordamento foi verificado às 23h15 de quarta-feira (03) quando atingiu 100% da capacidade, que é de 44,4 milhões de metros cúbicos.

De acordo com o Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), antes da sangria efetiva e contínua, pequenos episódios com água descendo pela parede foram registrados e divulgados em redes sociais, motivados por marolas provocadas pelo vento e de barcos no açude. A última vez que isso ocorreu foi em 19 de maio de 2011.

O Gargalheiras abastece a cidade de Acari e complementa o abastecimento de Currais Novos. Até a primeira quinzena de fevereiro, havia a possibilidade de colapso no fornecimento de água tratada das duas cidades em função do baixo volume armazenado nos dois reservatórios. Juntos, Gargalheiras e Dourado acumulavam menos de 1 milhão de metros cúbicos, em 15 de fevereiro deste ano, situação que levou o governo do Estado, em comum acordo com a Codevasf (responsável pelas obras), a antecipar a construção do trecho 4-Norte da Adutora Seridó para garantir o abastecimento de 52 mil habitantes das duas cidades.

Com Dourado e Gargalheiras cheios, a Caern estima que o abastecimento de Acari e Currais Novos está garantido por quatro anos, mesmo que não haja recarga.

 

Patrimônio

As obras do Gargalheiras foram iniciadas em 1956 e concluídas em 1959, quando foi oficialmente inaugurado, em 27 de abril daquele ano.  Os registros históricos mostram que o reservatório “sangrou” nove vezes na década de 1960; sete na de 1970; cinco na de 1980 e quatro na de 1990. No Século 21 foram apenas cinco vezes, incluindo esta de 2024.

Em janeiro de 2023, o Gargalheiras foi elevado à condição de patrimônio cultural, histórico, geográfico, paisagístico, ambiental e turístico do Rio Grande do Norte. A área no entorno do reservatório é um dos 21 geossítios relacionados relacionados no Mapa Geoturístico do Seridó Geoparque Mundial da Unesco.

Com um volume de chuvas 45% acima no normal no primeiro trimestre de 2024, os reservatórios monitorados pelo IGARN acumulam, nesta quinta-feira (04), 2,82 bilhões de metros cúbicos, o equivalente a 63,36% da capacidade armazenamento.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *