Tansbordamento ocorreu às 23h15 de quarta-feira (03) quando atingiu 100% da capacidade, que é de 44,4 milhões de metros cúbicos
Antes da ida à abertura oficial da Exponovos, na noite desta sexta-feira (05), Fátima Bezerra visitou o Açude Gargalheiras para presenciar de perto a sangria que não ocorria há 13 anos no reservatório seridoense. A recarga do açude durou apenas 42 dias e o transbordamento ocorreu às 23h15 de quarta-feira (03) quando atingiu 100% da capacidade, que é de 44,4 milhões de metros cúbicos. A queda d’água que desce pelas paredes da represa é conhecida como “véu de noiva”. Chuva e sangria juntas proporcionam um verdadeiro espetáculo no local. Além da importância afetiva do momento, a sangria fomenta a econômica da região.
“É muito gratificante presenciar esse momento quando coincide com a chegada das chuvas. E esse momento tem emocionado muito a gente. As chuvas, para o povo do Nordeste, são eventos muito valiosos, pois sabemos o quanto a região já padeceu em função da estiagem”, diz a governadora Fátima Bezerra, fazendo referência à sangria dos açudes Gargalheiras, em Acari, e Dourado, em Currais Novos, em ocasião das chuvas pós carnaval. Antes disso, a expectativa era de seca para este ano de 2024.
Fátima recorda que, na iminência de uma situação emergencial de seca no Seridó, tendo em vista o risco que havia de o atual sistema entrar em colapso, em função do baixíssimo nível de água contida no Açude Dourado (menos de 2% da capacidade) e do Gargalheiras (também com menos de 2%) nos primeiros meses do ano, o Governo do Estado, com apoio do Governo Federal, possui duas importantes obras hídricas em andamento: as adutoras do Projeto Seridó e o Complexo Oiticica.
As adutoras que compõem o Projeto Seridó vão levar água para os municípios da região, garantindo segurança hídrica pelos próximos 50 anos. Oiticica é uma obra de grande relevância para o Rio Grande do Norte. O objetivo principal é armazenar água para abastecimento humano, agricultura e outras atividades, além de prevenir enchentes na região. A barragem está localizada no município de Jucurutu e é parte integrante do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.
Em consequência das últimas chuvas principalmente no interior do estado, não há risco de colapso de abastecimento nos próximos três anos em Acari e Currais Novos, diante do enchimento total dos reservatórios Dourado e Gargalheiras. Os dois reservatórios, que estavam praticamente secos na primeira quinzena de fevereiro, acumulam atualmente 54,7 milhões de metros cúbicos. E a Barragem Oiticica transbordou em março, apresentando um volume de 75,5 milhões de m³.
“A chuva chegou. Mas se a chuva não tivesse chegado, Currais Novos teria a adutora de São Vicente e Currais Novos para garantir o abastecimento de água de vocês. Nosso compromisso é acelerar as obras de infraestrutura hídrica aqui em curso. É o Sistema Adutor do Seridó, é Oiticica, e Passagem das Traíras. São investimentos de mais de R$ 3 bilhões”, explica a governadora, garantindo que as obras trarão segurança hídrica à região para os próximos 50 anos.
Em 21 de janeiro de 2022, o Açude Marechal Dutra, mais conhecido por Açude Gargalheiras, em Acari, foi reconhecido como patrimônio cultural, histórico, geográfico, paisagístico, ambiental e turístico do Rio Grande do Norte pela lei estadual nº 11.365, sancionada pela governadora Fátima Bezerra. A área no entorno do Gargalheiras é um dos 21 geossítios relacionados no Mapa Geoturístico do Seridó Geoparque Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Também particparam da visita a secretária especial de governo Guia Dantas, o secretário da Sape Guilherme Saldanha, o diretor-técnico do Igarn, Procópio Lucena, os prefeitos Odon Júnior (Currais Novos) e Fernando Bezerra (Acari), além de outros representantes do Governo.
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