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Governo do RN “abraça” Cecafes e destaca empenho para fortalecer a agricultura familiar. (Foto: Elisa Elsie).

Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo/eliasjornalista.com

“Esse espaço é lindo e a população precisa conhecer que aqui são comercializados alimentos saudáveis, produzidos por agricultores e agricultoras familiares de várias cidades do nosso Estado”, declarou a governadora Fátima Bezerra durante o café da manhã comemorativo aos dois anos de funcionamento da Central de Abastecimento de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Cecafes), realizado na manhã deste sábado (30). O evento foi organizado pela Coofarn (Central de Cooperativas da Agricultura Familiar), entidade que administra o espaço em co-gestão em com a Seara (Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária), representada no evento pelo secretário Alexandre Lima.

Situada na esquina das avenidas Capitão Mor-Gouveia e Jaguarari, no bairro de Lagoa Nova, a Cecafes funciona de segunda a sábado, das 6h às 14h, e reúne 60 permissionários. A Coofarn, dirigida pela pedagoga Fátima Torres, representa dez associações e cooperativas formadas por famílias que ocupam as barracas da feira de alimentos in natura, que oferece produtos fresquinhos, naturais e sem agrotóxicos, colhidos de hortas, pomares e roçados de agricultores familiares, e os boxes de produtos processados de pequenos criadores, apicultores e artesãos que comercializam mel, queijos, manteiga da terra, ovos caipira, biscoitos, sequilhos, polpa de fruta etc, e utensílios decorativos. Visite a loja virtual e desfrute também do serviço de entregas. http://loja.cecafes.net.br.

A governadora destacou que conhece as dificuldades do setor, que vão desde a produção até a comercialização, e reiterou seu empenho e da equipe técnica do governo para desenvolver ações que visam fortalecer a agricultura familiar. “Lembro do papel que tive para garantir recursos para construção desse espaço”, disse, referindo-se a sua atuação enquanto parlamentar.  O prédio da Cecafes foi construído com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Governo do Estado, através da Sape (Agricultura e Pesca), com participação do Governo Cidadão, financiado via Banco Mundial. Atualmente, a Central é ligada à Seara, que está em processo de transição para Sedraf (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) justamente por coadunar com as diretrizes do governo.

“Abraçar a Cecafes, nossa principal vitrine da agricultura familiar, é fortalecer essa rede de pessoas que são responsáveis por gerar mais de 70% dos alimentos saudáveis que chegam à mesa da população. A Central beneficia pelo menos duas mil famílias diretamente”, reiterou Lima. Dentre as dificuldades que o setor enfrenta, com certeza a comercialização é uma das principais. Manter a Cecafes em funcionamento é uma ação primordial e tem sido um divisor de águas para garantir o sustento de muitas famílias, que inclusive já aumentaram o número de pessoas que aderiram à cadeia produtiva.

É o caso da família de Luísa Coelho, de Maxaranguape, litoral norte do RN, distante 50 km da Capital. Ela e o esposo têm uma propriedade de seis hectares de área e desde 2010, quando construíram um poço, começaram a investir no cultivo de tubérculos e frutas. Através de um empréstimo com o Banco do Brasil, adquiriram uma caminhonete para facilitar o escoamento da produção e trabalham na Cecafes desde sua inauguração. Nesse meio tempo, o casal de filhos e o cunhado também se juntaram à equipe para auxiliar com as vendas. “Todos os dias a gente vem e volta e tem compensado bastante”, afirmou.

PARCERIAS PARA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS

Durante a semana, Fátima Bezerra e o secretário Alexande Lima foram recebidos em Brasília pela diretoria técnica da Fundação BB e trouxeram boas novas quando ao fortalecimento da rede Casas de Sementes, composta por 80 casas no RN. A parceria visa oferecer sementes crioulas a partir de 2020, através do programa de aquisição de sementes, para os agricultores e agricultoras do semiárido potiguar como uma alternativa de geração de renda a partir do seu cultivo ou comercialização.

 

De acordo com o Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead), da Secretaria Nacional de Agricultura Familiar e Cooperativismo, as sementes crioulas são variedades desenvolvidas, adaptadas ou produzidas por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas ou indígenas, e, passadas de geração a geração, são preservadas nos muitos bancos de sementes que existem no Brasil. Ou seja, uma antiga reivindicação dos grupos tradicionais que a partir do próximo ano será atendida.

 

Esse mesmo tema norteou a visita da governadora e do secretário à Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), onde foram recebidos pela presidente Nísia Trindade. O resultado da visita é a perspectiva de assinatura de um termo de cooperação técnica para capacitação de agentes locais no sentido de criação de territórios sustentáveis para produção de alimentos saudáveis. “Voltamos com a proposta de estabelecer uma agenda a partir de maio, em conjunto com as secretarias de Saúde e Educação e movimentos sociais, para definir a temática básica sobre a qual o Governo e a Fiocruz desenvolverão as ações já a partir de 2019”, declarou Lima.

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