Hospital da Rede Ebserh padroniza uso de saliva como teste para detectar infecção por coronavírus.
Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com
Laboratório de Pesquisa em Infectologia (Lapi) do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, vinculado à Universidade Federal da Bahia e à Rede Ebserh (Hupes-UFBA/Ebserh), conseguiu padronizar o uso de saliva como teste para detecção do coronavírus. Trata-se de uma ação inédita no Brasil, que está em estudo e aplicação há cerca de dois meses. A metodologia tem sido aplicada em pacientes e colaboradores do Hupes que apresentem sintomas compatíveis com a Covid-19.
O procedimento por meio da coleta da saliva se caracteriza por não ser invasivo – o que traz menos desconforto para o paciente – e por apresentar menor risco de contaminação para funcionários, pois é autocoletado pelo próprio paciente. Também possui menor custo, uma vez que não envolve meio de transporte e tubos, apenas um coletor estéril. Também não há necessidade de uso de equipamentos de proteção individual (EPI), que é necessário, por exemplo, quando se coleta por nasofaringe.
“A utilização deste procedimento pode ampliar significativamente o número de testes realizados, pois é mais simples, mais rápida e de menor custo, além de não oferecer riscos de contaminação durante a coleta. Com o teste por nasofaringe ocorre irritação de vias aéreas, com desconforto para o paciente, além de risco de espirros, tosse, e até vômitos durante o procedimento, aumentando a chance de contaminação do ambiente e do responsável pela coleta”, afirma o coordenador do Laboratório de Pesquisa em Infectologia do Hupes, Carlos Brites.
Outro benefício da detecção por saliva é a possibilidade da realização de vários testes ao mesmo tempo chamado de “esquema pool”. “Coletamos amostras de cinco pacientes e juntamos em um único recipiente, homogeneizamos e testamos como se fosse amostra única. Se o resultado for negativo, não precisa fazer mais nada. Caso seja positivo, testamos as amostras 2 a 2, para identificar qual foi positiva. Como pelo menos metade dos testes realizados na rotina são negativos, isso economizará recursos, pois menos testes serão necessários ao final”, esclarece Brites.
Atuação da Rede Ebserh
Além do apoio ao ensino, formação e capacitação das equipes assistenciais, a Rede Ebserh implementou o Comitê de Operações Especiais (COE) para definir estratégias e ações em nível nacional para o enfrentamento da pandemia. Desde os primeiros anúncios sobre a Covid-19, a Rede Ebserh tem trabalhado em parceria direta com os ministérios da Saúde e da Educação, com participação nos COEs desses órgãos, e tendo como diretrizes o monitoramento da situação no país e em suas 40 unidades hospitalares.
Tem atuado na realização de treinamento de funcionários da Rede, promoção de webaulas, definição de fluxos e instituição de câmaras técnicas de discussões com especialistas. Promoveu processos seletivos emergenciais com a possibilidade de contratação de aproximadamente 6 mil profissionais temporários para o enfrentamento da pandemia
Também disponibilizou R$ 274 milhões para ações contra o coronavírus, recursos do Ministério da Educação (MEC) liberados pela Ebserh de acordo com a necessidade e urgência de cada unidade hospitalar. A verba está sendo utilizada em adequação da infraestrutura, aquisição e manutenção de equipamentos, compra de medicamentos e outros insumos, além de equipamentos de proteção individual.
Em algumas regiões, as unidades da Rede Ebserh têm atuado como hospitais de referência ao enfrentamento do Covid-19, enquanto que em outras, atuam como retaguarda em atendimentos assistenciais para a população, por meio do Sistema Único de Saúde.
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