O IPCA no setor de alimentação fora do lar ficou acima do índice geral em outubro, mostrando que estabelecimentos vêm tentando repor as perdas acumuladas e aumentos nos insumos.
De acordo com os números do último IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10), o setor de bares e restaurantes registrou uma inflação de 0,42% em outubro, número acima do índice geral que fechou em 0,24%. Para o setor, a diferença nos índices reflete o aumento de preço de alguns insumos, principalmente no segmento de alimentos e bebidas.
“O aumento nos valores pode ser também um esforço para recompor as perdas antes do final do ano, especialmente em cidades turísticas. Setores como hospedagem (0,45%) e pacotes turísticos (1,32%), também viram seus preços subirem acima da média de inflação, indicando uma possível antecipação de custos para atender à demanda sazonal”, explica o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.
Mesmo com a recomposição de preços acima do índice geral, os bares e restaurantes mostram, em alguns itens específicos, que têm sido mais comedidos ao repassar custos para o cardápio. É o caso da cerveja, que teve um aumento de 1,80% para o consumidor no varejo, enquanto nos bares e restaurantes o índice se limitou a 0,72%. A análise do IPCA revela ainda que o aumento no preço da refeição (0,48%) apresentou um índice superior ao do lanche (0,19%). Essa variação sugere que, em alguns casos, houve espaço para recomposição de preços por parte dos estabelecimentos nos pratos mais caros.
Ao longo de 2023, o setor acumula um aumento de 4,42%, ultrapassando ligeiramente os 3,75% do índice geral. Os números refletem uma recuperação parcial do cenário, que demonstra a capacidade de repor as perdas enfrentadas nos últimos anos.
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