Isolda realiza audiência pública para impulsionar futebol feminino no RN “daqui para todos os campos”.

Isolda realiza audiência pública para impulsionar futebol feminino no RN “daqui para todos os campos”.
Na tarde desta terça-feira (23), na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Isolda Dantas realizou a Audiência Pública “Futebol delas: por um futebol feminino forte e de igualdade no RN” pensando nas barreiras enfrentadas para que a bola possa rolar em condições de paridade de gênero.
Historicamente, desde a sua criação, o cenário esportivo foi naturalizado como um ambiente majoritariamente masculino, e as consequências perpetuam até os dias atuais. Uma pesquisa da Revista EFDeportes pontuou que 100% das jogadoras entrevistadas já vivenciaram preconceito na modalidade. A deputada estadual Isolda Dantas explica que propôs o debate por reconhecer a importância de ampliar e garantir direitos em todos os campos, logo, não poderia esquecer essa injustiça social direcionada às mulheres que desejam jogar futebol. “Se a mulher quer jogar, ela pode”, afirma a parlamentar.
O encontro contou com a presença de: Brisa Bracchi (PT), vereadora de Natal, autora do Projeto de Lei de fortalecimento do futebol feminino na capital potiguar, representando a Câmara Municipal de Natal (CMN); Cezinha Nunes, Subsecretário de Esporte e Lazer; Adriano Almeida, Coordenador de Educação Fiscal da Secretaria Estadual de Tributação; Arnóbio Medeiros, diretor de Competições da Federação Norte-rio-grandense de Futebol; Diego Breno, jornalista esportivo; e Walessa Silva, técnica do time União Futebol Feminino e de diversos times femininos e mulheres interessadas em debater o tema.
Ao longo da audiência foi sinalizado como, não diferente dos outros espaços de trabalho, que no futebol a desigualdade salarial entre homens e mulheres prevalece. Enquanto o esporte jogado por homens movimenta bilhões de reais, o praticado pelas mulheres margeia-se à precariedade. Um exemplo é que Marta, eleita a melhor jogadora de futebol de todos os tempos, que coleciona seis troféus, não chega a receber nem 1% do rendimento anual do jogador Neymar. Esses fatos são consequência da proibição do futebol feminino brasileiro por 38 anos: de 1941 a 1979, a lei nacional não permitia a prática do esporte por mulheres devido às “condições da sua natureza”.
A vereadora Brisa Bracchi declarou que a reivindicação é por mais meninas no contraturno da escola praticando futebol. “Que essas meninas possam sonhar, inclusive, que podem chegar no campeonato brasileiro. A gente sonha mais quando a gente vê que é possível. Eu só pude sonhar em ser vereadora aos 22 anos porque já haviam mulheres como Isolda, Natália e Fátima ocupando a política e o parlamento. E essas meninas só vão poder sonhar em estar na seleção brasileira quando tiver ainda mais meninas e mulheres nos nossos grandes campeonatos”, ressalta a parlamentar em Natal.
A deputada Isolda Dantas destacou um Projeto de Lei de sua autoria, que instituirá no Calendário Oficial do RN o “Dia Estadual do Futebol Feminino”, que logo será votado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN). E foi categórica ao afirmar “Se as nossas meninas já fazem muito sem investimento, imagina com. Não tenho dúvidas que chegaríamos muito longe com nossas atletas. Vamos seguir fazendo esse debate: daqui para todos os campos para que as meninas e mulheres do RN possam jogar, competir, ganhar, crescer cada vez mais”, finaliza Isolda.
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