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Postado às 08h09 DestaqueEsporte Nenhum comentário

Brasil fatura mais 10 medalhas e alcança o ‘top 3’.

Teve tricampeonato em sequência do paraibano Petrúcio Ferreira nos 100m da T47. Houve dobradinha no pódio dos 5.000m com Júlio César Agripino em primeiro e Yeltsin Jacques em terceiro. Teve ouro emocionado de Ricardo Mendonça nos 100m para atletas com paralisia cerebral. Teve título da estreante Ana Carolina Moura no taekwondo. Em dia que deixou claro o caráter de potência paralímpica, a delegação brasileira subiu ao pódio dez vezes em Paris. Além de atletismo e taekwondo, as medalhas vieram no tênis de mesa e na natação.

A performance foi de tal envergadura que o país terminou provisoriamente na terceira colocação do quadro geral de medalhas, com cinco ouros, uma prata e sete bronzes, um total de 13. A primeira colocação é da China, com 12 ouros, nove pratas e quatro bronzes, com um total de 25 medalhas, seguida pela Grã-Bretanha, que reúne seis ouros, seis pratas e três bronzes: 15 pódios.

TRI DE PETRÚCIO – O paraibano Petrúcio Ferreira, 27, é uma espécie de Usain Bolt do atletismo paralímpico. Ele conquistou nesta sexta-feira a sexta medalha paralímpica, a terceira de ouro, ao vencer nos 100m na classe T47 (deficiência nos membros superiores) do atletismo. Ele terminou com 10s68. O americano Korban Best levou a prata com 10s75 e o marroquino Aymane El Haddaoui o bronze, com 10s75.

Foi o terceiro ouro consecutivo de Petrúcio na prova. Ele já havia faturado o ouro nos Jogos de Tóquio 2021 e Rio de Janeiro em 2016. Além disso, ele ganhou o bronze nos 400m classe T47 em Tóquio e a prata no Rio. Por equipes, Petrúcio conquistou ainda a prata em 2016, nos 4x100m. “Sou muito grato por tudo isso, agradeço a quem acredita no meu trabalho. Este ano venho sofrendo muito, briga interna com meu corpo, muitas lesões, muita cobrança. Isso aqui é só diversão para mim”, celebrou o velocista, que manteve a hegemonia de quase nove anos na prova. Desde os Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, ele vence esta disputa em grandes competições.

EMOÇÃO DE RICARDO – O velocista fluminense emocionou a todos com sua emoção ao vencer os 100m da classe T37 (paralisados cerebrais). O atleta completou a prova com o tempo de 11s07. O indonésio Saptoyogo Purnomo ficou com a prata, com 11s26, e Andrei Vdovin, que representa os Atletas Paralímpicos Neutros, completou o pódio, com 11s41.

Com a vitória, Ricardo conseguiu estabelecer a sua hegemonia na prova durante o último ciclo, entre Tóquio e Paris. Nos 100m, ele havia sido ouro também no Mundial de Kobe 2024, nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, e no Mundial Paris 2023.

“Eu nem sei o que dizer, nem sei o que pensar. Só estou fazendo o que todos me pedem desde que cruzei aquela linha”, brincou Ricardo, emocionado. “Fiz o que tinha que fazer. Na final, não tem corrida bonita, tem corrida rápida. E essa foi rápida o suficiente para o ouro. Ainda tem os 200m, minha prova favorita”, avisou Ricardo Mendonça, que conquistou sua segunda medalha paralímpica. Em Tóquio, ele foi bronze nos 200m.

DOBRADINHA – Ouro, recorde mundial e dobradinha brasileira. Esse foi o resumo da primeira prova com medalhas para o Brasil no atletismo paralímpico dos Jogos de Paris. O paulista Júlio César Agripino, 33 anos, venceu os 5.000m na classe T11 (deficiências visuais), com o sul-matogrossense Yeltsin Jacques, 32, conquistando o bronze. Júlio completou a prova com 14min48s85, novo recorde mundial e paralímpico. A prata ficou com o japonês Kenya Karasawa.

É a primeira medalha paralímpica de Júlio, que conquistou a prata na distância no Mundial de Kobe 2024, no Japão, atrás de Yeltsin. Júlio foi o campeão mundial de outra prova de fundo em Kobe, os 1.500m, distância que ele e Yeltsin voltam a disputar em Paris no dia 2 de setembro, na semifinal. A final será em 3 de setembro.

Júlio foi diagnosticado com ceratocone, doença degenerativa na córnea, aos sete anos. Ele era atleta convencional do atletismo e migrou para o paradesporto por meio dos treinadores do Centro Olímpico. “Sempre tive dificuldade para controlar a parte mental, me concentrar. Eu chegava condicionado, mas falhava na concentração. Conversei ontem com minha psicóloga, falei que estava nervoso, mas hoje acordei e pensei: vou ganhar. Ela falou que eu iria reagir bem e foi o que aconteceu”, afirmou Júlio.

O atletismo é a modalidade que mais medalhas deu ao Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. As conquistas de Júlio e de Yeltsin elevaram o número a 172, agora somando 49 de ouro, 70 de prata e 53 de bronze em provas de pista e de campo.

BRILHO DE CAROL – A mineira Ana Carolina Moura, 29, teve uma estreia perfeita em Jogos Paralímpicos e conquistou o título da categoria 65kg do taekwondo. Na final, ela superou a francesa Djelika Diallo e um ginásio lotado para vencer por 13 x 7. No caminho até o ouro, a atleta de Belo Horizonte venceu a grega Christina Gkentzou por 11 x 7, nas quartas de final, e a camaronesa Marie Antoinette Dassi por 21 x 1, na semifinal.

“A minha medalha valeu a pena demais. Estou muito satisfeita porque é um trabalho em equipe. Todo mundo junto e um resultado de todos”, celebrou a atleta, campeã dos Jogos Parapan-Americanos, que destacou os bons resultados do taekwondo no dia Ana tem má-formação congênita no antebraço direito e começou a praticar taekwondo para se defender, após ser assaltada e perder um colar que havia ganhado de uma tia quando nasceu.

Mais cedo, a paraibana Silvana Fernandes, da categoria até 57kg, faturou a medalha de bronze. Ela derrotou Kamilya Dosmalova, do Cazaquistão, por 28 a 3. Outro semifinalista brasileiro, o paulista Nathan Torquato, da categoria até 63kg, foi superado pelo turco Mahmut Bozteke, por 10 a 6. Durante o combate, ele sofreu uma entorse no joelho esquerdo e ficou fora da disputa pelo bronze.

BRONZE DE GLOCK – O nadador catarinense Talisson Glock viveu uma montanha-russa de emoções nesta sexta, em Paris. Depois de ser provisoriamente desclassificado por uma suposta movimentação ilegal nas eliminatórias, o nadador voltou à disputa após uma contestação da delegação brasileira, disputou a final dos 200m medley da Classe S6 e conquistou a medalha de bronze nos últimos 50 metros da prova. “Eu fico muito feliz. É o que eu realmente precisava para continuar no resto das provas em Paris. Eu tenho esse perfil no medley. Fecho a prova mais forte. Eu tenho um peito muito ruim. É o estilo que eu acabo sentindo mais devido à minha deficiência. Foi realmente no coração”, afirmou. O título ficou com o chinÊs Hong Yang, que estabeleceu um novo recorde mundial da distância, com 2min37s31, a prata com o colombiano Nelson Crispin (2min38s04), novo recorde das Américas, e Glock fechou com 2min39s30.

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