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“Eu li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora”, disse Lula.

Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (1º) que o PT não pode “pegar o primeiro ônibus que está passando”, em referência aos manifestos divulgados nos últimos dias em defesa da democracia e contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

“É preciso que a gente analise todos esses manifestos. Os líderes do partido [PT] precisam conversar com os organizadores para saber o que eles querem. Eu li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora”, disse Lula em uma videoconferência da Executiva Nacional do PT transmitida pelas redes sociais do partido.

Um dos manifestos, do grupo suprapartidário Movimento Estamos Juntos, recebeu o apoio do ex-candidato do PT a presidente Fernando Haddad e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por exemplo.

Segundo o petista, porém, muitos dos que assinam os manifestos foram responsáveis pelo “ato ilícito” que tirou a ex-presidente Dilma Rousseff da Presidência em 2016. “E aí perceberam que o troglodita que eles elegeram não deu certo. Eles agora querem tirar o troglodita para quê? Eu não estou com raiva, mas não posso aceitar com muita facilidade aquilo que as pessoas que ajudaram a destruir o país estão querendo fazer.”

Lula defendeu que o PT “coloque campanha na rua”, mas que a prioridade “é a defesa da vida do povo brasileiro, é a questão sanitária, que está ligada à questão econômica. É preciso liberar o dinheiro para que as pessoas possam ficar em casa. Estamos há mais de 30 dias numa briga porque as pessoas precisam ficar em casa isoladas, mas uma parte não fica porque as pessoas precisam comer”.

Para o ex-presidente, é preciso “agradecer a todos os brasileiros e brasileiras, de todos os pensamentos ideológicos, que foram às ruas protestar contra Bolsonaro”, mas afirmou que quem vai à rua defender o presidente também está exercendo a “democracia”. “O que nós queremos é que sejam civilizados no comportamento e que possamos fazer a disputa política nas ruas como sempre foi feita, respeitando a pandemia de coronavírus.”

“Estratégia”

A ex-presidente Dilma, que também participou do encontro virtual, afirmou que Bolsonaro usa a “estratégia defendida pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, de aproximações sucessivas”. “Ele [Bolsonaro] vai normalizando, de uma certa forma, todos os ataques à democracia, ao torná-los elementos de discussão neste momento.”

De acordo com Dilma, a militarização do governo já aconteceu, pois os principais cargos que “tratam da atividade política do país são ocupados por militares” e até mesmo o Ministério da Saúde, “em plena pandemia”, é chefiado por um general, Eduardo Pazuello. Isso, segundo a petista, reflete “a falta de gestão” do presidente.

A petista disse ainda que não acredita que Bolsonaro vá reduzir o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais. “É a única fonte de popularidade que ele tem. Pode continuar fazendo os absurdos que vem fazendo dando os R$ 600.”

Fonte: CNN Brasil

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