Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com
As Mães de vítimas da violência participaram da audiência pública na Câmara Municipal de Natal proposta pelo vereador e presidente em exercício, Ney Lopes Júnior (PSD). nesta sexta-feira (4) para defender a Lei “Karol Álvares” . “Ha as vítimas que a gente perde e as vítimas como nós, que permanecem perambulando. Só sabe essa dor quem perdeu um filho”. As palavras da servidora pública Carla Álvares, é parte da justificativa para o Projeto de Lei nº 40/2017, que cria a Lei Karol Álvares, instituindo o dia 20 de janeiro como o Dia Municipal das Mães que sofrem da Síndrome dos Braços Vazios, em razão da violência urbana. A Lei também exige que o município priorize à essas mães o acesso a serviços jurídicos e psicológicos do município, contudo, foi parcialmente vetada pelo Executivo Municipal.
Carla Álvares é mãe da estudante universitária Maria Karoline Álvares de Melo, de 19 anos, que foi morta com um tiro no peito durante um assalto, em janeiro de 2016, na avenida Itapetinga, zona Norte de Natal. Depois do ocorrido, ela idealizou a lei que foi apresentada pelo vereador Raniere Barbosa (PDT) e aprovada pelos demais parlamentares. “A lei não traz benefícios para Karol, nem para mim. Ela pede que o município cuide de seus munícipes. Nós pesquisamos onde seria acolhida a lei nas secretarias sem onerar o município. Não é uma lei aventureira. É uma lei que se baseia em estudos e na dor de uma mãe. É amparar com serviço psicológico, médico, jurídico e psicopedagógico. Foi baseado em tudo o que senti e sinto. O município pode não ter a ferramenta policial, mas tem como ter um olhar sensível neste aspecto”, justifica.
Para o vereador Ney Júnior, a expectativa é de que os vereadores derrubem o veto. Ele relembrou que Natal está entre as cidades mais violentas do país e que explicou que a Lei da Síndrome dos Braços Vazios, termo conhecido no meio científico como patologia do luto, é uma forma de acolher a dor que é sentida pelos familiares, especialmente os pais, que perdem seus filhos assassinados com a violência urbana. “O poder Executivo vetou o coração da lei. É uma despesa necessária. A segurança pública é dever de todos. Neste caso é questão de sensibilidade. Nosso desejo é que as autoridades apresentem algo de concreto. Viemos discutir para sugerir e sair com ações concretas. Vamos propor que quando os vereadores forem votar o orçamento, destinem em emendas impositivas recursos para que a Lei Karol Álvares seja cumprida”, propõe o parlamentar.
Deixe um comentário