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O violoncelo encantou a monitora da Oficina dos Sonhos, Samira Rodrigues. (Foto: Anastácia Vaz).

Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com

A música entrou na vida de Simone Soares de Carvalho de uma forma inusitada. Ela buscou a Organização Não-Governamental (ONG) Atitude Cooperação para procurar emprego. Viu que o prédio estava em construção e procurou saber se haveria alguma oportunidade de trabalho no local, já que estava desempregada. Quando chegou à sede da Atitude Cooperação, foi convidada para participar das atividades da organização e, pouco tempo depois, já estava assistindo aulas de violoncelo.

“A música representa um refúgio para mim, é um local onde eu encontro paz, tranquilidade, onde eu me livro de minhas ansiedades, onde coloco uma paixão”, diz Simone. O projeto que ela participa se chama Tocando a Vida com D’Amore, realizado pela Escola de Música da UFRN em parceria com as ONG’s Atitude Cooperação, que atua nos bairros de Felipe Camarão e Bom Pastor, e a Oficina dos Sonhos, localizada em Lagoa Seca, e atende alunos de escolas públicas de Natal.

Criada em 2011 pelo maestro e violinista Oswaldo D’Amore, que foi homenageado com o nome do projeto, a iniciativa promove o ensino da música clássica, ofertando aulas teóricas e práticas para pessoas que não tinham antes a possibilidade de contato com a educação musical.

Uma dessas pessoas beneficiadas com as aulas de música foi Samira Rodrigues. Ela sonhava em ser engenheira, mas tinha muita dificuldade em aprender matemática. “As pessoas perguntavam como eu queria ser engenheira assim, sem ter facilidade com cálculos”, lembra. Quando ela tinha quase 10 anos de idade conheceu o projeto de música da ONG Oficina dos Sonhos, instituição que já atua desde 1989 com projetos voltados para esportes e cursos de formação em diversas áreas.

No início, por volta de 2012, Samira se interessou em aprender a tocar violão, depois violino, mas foi o violoncelo que conquistou o seu coração. “Eu queria tocar violino. Aí chegou, no projeto, uma professora que ensinava violoncelo. Eu me apaixonei, gostei do som e quis aprender a tocar”, revela.

Para Presgrave, o Tocando A Vida proporciona intercâmbio e troca de saberes. (Foto: Anastácia Vaz).

Para o coordenador do projeto Tocando a Vida com D’Amore, Fábio Presgrave, a proposta é ampliar essa articulação com os projetos, pois a Escola de Música tem esse papel de alcançar as instituições que não estão sediadas aqui no Campus, buscando articulação com essas instituições. Nesse caso das duas ONG’s atendidas, as demandas surgiram das próprias organizações.

Na ONG Atitude Cooperação, o projeto promove encontros semanais, nos quais os alunos participam de aulas teóricas e práticas sobre música clássica, além da formação de orquestra de cordas para apresentações artísticas, possibilitando o ingresso de crianças e adolescentes no universo da música. No local, em 2019, foram beneficiados com o Tocando a Vida com D’Amore 546 alunos, que tiveram aulas de contrabaixo, flauta, piano, teoria e musicalização, viola, violão, violino, violoncelo, e ainda nas turmas de canto coral e lutheria.

Na ONG Oficina dos Sonhos, a parceria com a Escola de Música, por meio do projeto Tocando a Vida, iniciou em 2012, com o objetivo de promover o ensino da música e aprendizado de instrumentos musicais para alunos da rede pública com idade de 10 a 13 anos, oferecendo diariamente aulas de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, clarinete, flauta, sax alto e sax tenor. Em 2019, foram atendidos pelo projeto Tocando a Vida 26 alunos.

Além da possibilidade de aprenderem a tocar um instrumento, o projeto promove a mudança de vida para muitos jovens das comunidades que são atendidas pelas ONG’S. “Alguns dos nossos alunos já estão no ensino técnico da Escola de Música, e outros já fizeram a graduação na área de música, como Karollen Francyanne Araújo, que se formou em 2017”, revela Ewerton Cortez, coordenador geral da ONG Atitude Cooperação.

Ele destaca que Karollen inclusive fez uma dedicatória em sua monografia agradecendo pela oportunidade de participar do projeto, e por ele ter apresentado a ela o universo da música e da educação musical, que se tornou um instrumento social transformador em sua vida. “Hoje, nós conseguimos dar excelência aos nossos alunos em relação à música em função dessa parceria com a Escola de Música da UFRN”, declara Ewerton Cortez.

Fonte: Portal da UFRN

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