Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (17), na Escola de Governo, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, falou sobre a onda de ataques a ônibus e motins nas penitenciárias do estado. Na coletiva Robinson destacou o apoio do governo federal e agradeceu o envio de 73 homens da Força Nacional de Segurança que poderão chegar a 200 até o final do dia e afirmou que se for preciso haverá a utilização das Forças Armadas. Pediu também para que a população não espalhe boatos nas redes sociais.
O governo mostra pulso firme e disse que não negocia com detentos. “Não negociaremos com detentos e se for preciso acionarei as Forças Armadas. Não houve até agora nenhuma fuga, apesar das dificuldades deste momento dramático. Não houve nenhuma morte até agora. É necessário que a sociedade confie no nosso governo, nessa integração de forças, com a participação efetiva do governo federal. Agora mesmo estávamos discutindo a participação das Forças Armadas, do Exército. Isto dependerá do agravamento ou não da situação”, disse o governador.
Falei com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o envio de mais reforços. “Ele poderá estar enviando uma equipe de inteligência, a melhor do país, para se somar aos que já se encontram aqui para identificar qual a motivação para os motins, embora uma facção criminosa já tenha assumido”.
A posição do governo é bem clara. “Vamos garantir os direitos dos apenados, mas sem fazer nenhum tipo de concessão ou barganha que venha a mudar a autoridade do governo de enfrentar a situação”, finalizou Robinson.
A coletiva de imprensa contou com uma verdadeira força tarefa, com a presença do secretária de Defesa Social, Kalina Leite (e interina na Sejuc); o desembargador e presidente do Tribunal de Justiça, Cláudio Santos, o procurador geral de Justiça, Rinaldo Reis; o superintendente da Polícia Federal no RN, Kandy Takahashi; do Delegado Geral Stênio Pimentel; o presidente da OAB-RN, Sérgio Freire e o comandante Geral da Polícia Militar, Ângelo Mário de Azevedo Dantas.
Abaixo veja o resumo dos dados que foram divulgados durante a coletiva de imprensa:
Providencias tomadas
-Desde as 17h da segunda-feira, 16, foi instalado o Gabinete de Gestão Integrada do RN (GGI), embora as reuniões de gestão de crise estejam ocorrendo desde o primeiro dia de rebelião.
-O governo decretou Estado de Calamidade abrangendo exclusivamente o Sistema Prisional;
– Estado garantiu apoio do Ministério da Justiça. Cerca de 200 homens da Força Nacional devem desembarcar na capital potiguar.
– Dois helicópteros – sendo um da Força Nacional e ou da Polícia Rodoviária Federal – farão o patrulhamento aéreo.
– Quatro ônibus da Secretaria de Educação foram colocados à disposição da Força Nacional de Segurança Pública.
– Já foram transferidos 89 presos do CDP Ribeira para o CDP Parelhas, até então sem apenados.
– A polícia militar prendeu os suspeitos de atear fogo em ônibus de Natal, além de outros cinco acusados de cometer crimes na região metropolitana.
Ocorrências reais
-Um ônibus coletivo foi incendiado parcialmente no bairro do Vale Dourado, por volta das 16h30, sem a presença de vítimas.
-Outro ônibus foi incendiado, desta vez totalmente, na Avenida Hermes da Fonseca, por volta das 19h30..
-Um terceiro ônibus coletivo foi totalmente incendiado, por volta das 20h30, no bairro Golandim, em São Gonçalo do Amarante/RN
-Na Avenida Aminta Barros, outro veículo foi incendiado. Desta vez, uma viatura da Polícia Militar que estava em manutenção na oficina.
-Um micro-ônibus também foi alvo de um atentado, por volta das 21h30min, em Parnamirim, na BR 101.
-O último veículo incendiado foi um ônibus coletivo, no Parque Industrial, em Parnamirim. Já Eram quase 11h da noite.
– No início da noite, na comunidade de Alcaçuz, em Nísia Floresta, foram aprendidos 136kg de maconha e 1kg de Crack, sendo conduzidos 5 presos para lavratura do flagrante.
– Seguindo um desdobramento da ocorrência em Alcaçuz, foi localizado no bairro das Rocas, em Natal/RN, um foragido que também foi conduzido à delegacia para procedimentos.
-Não há registro de fuga dos presídios, nem de arrastões em universidades e paradas de ônibus.
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