Crédito: Magnus Nascimento / SECOM

Com o objetivo de promover o diálogo entre diferentes setores da sociedade sobre o futuro urbano de Natal, a Prefeitura deu início à 6ª Conferência da Cidade. O evento, que acontece até sábado (14), reúne representantes da sociedade civil, movimentos populares, universidades, setor produtivo e gestores públicos para discutir caminhos rumo a uma cidade mais inclusiva, democrática, sustentável e com justiça social.

A cerimônia de abertura foi realizada no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (CEMURE) e marca o começo de três dias de debates que visam construir diretrizes para o desenvolvimento urbano da capital potiguar.

Com o tema “Construindo a Política de Desenvolvimento Urbano: Caminhos para cidades inclusivas, democráticas, sustentáveis e com justiça social”, a conferência é coordenada pela Secretaria Municipal de Governo, em parceria com o Conselho da Cidade do Natal (Concidade). A proposta é construir, através do diálogo entre diferentes setores, diretrizes que contribuam para uma cidade mais equilibrada, participativa e preparada para os desafios contemporâneos.

Durante a abertura, o secretário municipal de Governo e presidente do Concidade, Sérgio Freire, ressaltou o papel do evento como espaço de escuta e construção coletiva. “Trata-se de um processo democrático e necessário. A partir dessas discussões, surgem propostas que podem avançar para as etapas estadual e nacional da Conferência das Cidades. É uma forma de transformar vivências locais em ações concretas”, afirmou.

Na conferência inaugural, a arquiteta e urbanista Lívia Izabel Bezerra de Miranda, doutora em Desenvolvimento Urbano e professora da UFCG, trouxe uma análise crítica sobre os rumos do planejamento urbano no Brasil e destacou o alinhamento entre a conferência local e a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU). Ao abordar questões como erosão costeira, ocupação desordenada e justiça socioespacial, enfatizou a importância de um planejamento construído a partir da realidade dos territórios. “A construção da PNDU começa nos territórios, com quem vive os desafios urbanos diariamente. Planejar sem ouvir a população é perder a chance de criar soluções que realmente funcionem”, pontuou.

Para além das diretrizes técnicas, a participação social também esteve no centro das falas. Representando os movimentos populares, Milton de França destacou a importância de garantir espaço para que as vozes das comunidades estejam presentes nas decisões sobre a cidade. “Precisamos pensar em políticas públicas que cheguem na ponta e melhorem, de fato, a vida das pessoas que mais precisam. Conferência como essa tem que ser permanente”, afirmou.

Felipe Maciel, coordenador-geral do evento e representante do Concidade, salientou que a conferência também cumpre um papel estratégico ao integrar os diversos setores que constroem a cidade no dia a dia. “Esse é um momento de escuta, mas também de planejamento. Natal precisa olhar para seus desafios de forma integrada e com participação real de quem vive a cidade todos os dias”, destacou.

A cerimônia de abertura contou com a presença de representantes dos segmentos que integram o Concidade, como movimentos sociais, sindicatos, universidades, organizações não governamentais, setor empresarial e secretarias municipais. Estiveram presentes os secretários Íris Machado (Seharpe), Arthur Dutra (Sepae) e Aldo Fernandes (Educação), além de conselheiros e técnicos do município.

A 6ª Conferência da Cidade segue até o sábado (14), com painéis temáticos, grupos de discussão e plenárias deliberativas. Ao final, serão eleitos os 32 delegados que representarão Natal na etapa estadual, marcada para agosto. O evento também serve como preparação para a 6ª Conferência Nacional das Cidades, que acontecerá em novembro, em Brasília.