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Postado às 10h07 BrasilDestaqueTurismo Nenhum comentário

(Foto: Pixabay).

Redação/Blog Elias Jornalista

O Rio de Janeiro está pronto para receber trabalhadores remotos de todos os cantos do país e do mundo. A Prefeitura, por meio da RioTur, lançou na quinta-feira (1) o programa Nômades Digitais, que incentiva trabalhadores de qualquer lugar a estender a estadia e se tornarem “moradores temporários” da Cidade Maravilhosa.

Aderindo a uma tendência mundial, o Rio promete ser o primeiro polo desta categoria na América do Sul, em que oferecerá infraestrutura básica para a experiência de se trabalhar e viver como um carioca – pelo menos por um período. A iniciativa, já estabelecida em outros destinos do mundo, possui por enquanto 56 hotéis, 14 hostels e 18 espaços de coworking cadastrados para receber aqueles que querem estabelecer uma rotina de trabalho e curtir a cidade. As informações estão reunidas neste site da RioTur, em que o Cocapabana Palace, em Copacabana, e o Janeiro Hotel, no Leblon, fazem parte da lista.

Para abraçar o projeto, a cidade solicitou ao Conselho Nacional de Imigração que o Brasil tenha um visto específico para a entrada de nômades digitais, sendo um meio termo entre o de turista e o de negócios. “A Prefeitura acaba de dar um passo importante para a consolidação da cidade e do Brasil como um polo de atração dos nômades digitais. O pedido de regulamentação da entrada desse público no país com um visto específico é uma conquista”, explicou Eduardo Paes, prefeito do Rio.

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Incentivos

Para estimular a escolha da cidade como base e aumentar o tempo de permanência desse público, os estabelecimentos do setor que adotarem a iniciativa vão receber o selo “Rio Digital Nomads”, concedido gratuitamente pela Riotur.

Assim, hotéis e hostels cadastrados no programa têm tarifas especiais para nômades digitais que aderirem a pacotes de longa permanência. Espaços de coworkings também receberão o selo e oferecerão tarifas diferenciadas. Com isso, todos estes estabelecimentos, além de restaurantes e cafés, certificam-se de oferecer uma conexão de internet de qualidade para a execução do trabalho remoto.

“O projeto é uma excelente oportunidade de vender melhor o Rio para todos brasileiros e estrangeiros que encontram aqui um destino completo de trabalho e lazer, ideal para a nova realidade”, ressalta o presidente do Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município (SindHotéis Rio), Alfredo Lopes.

Pandemia acelerou tendência

Acelerada pela pandemia, que possibilitou o trabalho remoto para uma parcela da população, o nomadismo digital é uma tendência mundial que estabelece um novo paradigma entre profissionais e os ambientes de trabalho.

Dados da Pnad Covid, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que em novembro de 2020 havia 7,3 milhões de brasileiros trabalhando remotamente. Já o site Nomad List, principal portal sobre nomadismo digital, estima que até 2035 exista 1 bilhão de nômades digitais no mundo.

“A relação das pessoas com o trabalho mudou em todo o planeta, permitindo que muitos decidam em qual cidade viver, independentemente de onde funciona a sua empresa. Estamos oferecendo essa cidade incrível que é o Rio a todos que queiram viver como um carioca. Seja por um mês ou por vários”, afirma a presidente da Riotur, Daniela Maia.

Com o programa Nômades Digitais, profissionais com liberdade geográfica podem se estabelecer no Rio, ainda que suas empresas estejam sediadas em outros países ou até mesmo em outras cidades do país.

Iniciativas pelo mundo

Na esteira da tendência, a iniciativa do Rio vai de encontro com programas semelhantes ao redor do mundo. Com forte presença do home office em razão da pandemia, vários destinos e hotéis entenderam que os profissionais poderiam levar seu “escritório” para qualquer lugar – desde que haja uma boa conexão com a internet.

É o caso de Dubai: em 2020, a cidade lançou um programa de intercâmbio para atrair nômades digitais para residir no emirado. Agora, neste ano, o direito à vacina foi incorporado à série de benefícios da iniciativa. O programa permite que as pessoas tenham a oportunidade de morar por um ano na cidade luxuosa enquanto trabalham para empresas de seu país natal.

Dominica, ilha caribenha de 71 mil habitantes, lançou em março o Work In Nature (Trabalhe na Natureza, em tradução literal), programa que possibilita que nômades digitais tirem um visto especial de maneira fácil e se mudem para o país por até 18 meses. A ilha oferece internet de alta velocidade, serviços de tecnologia, instalações de saúde, opções educacionais para famílias e oportunidades para programas de voluntariado com ONGs e entidades do setor privado. O governo local espera promover o turismo e promete estimular um equilíbrio entre a vida profissional e familiar aos interessados.

Comunas na Itália também passaram a oferecer subsídios para que trabalhadores do mundo todo passem um período em suas regiões. As cidades de Santa Fiora e Rieti, no Lázio, anunciaram que pagarão até 50% do aluguel de qualquer pessoa que decidir se mudar e trabalhar de forma remota por um longo período em alguma das localizações. Não há empregos definidos como requisito: todos são bem-vindos desde que consigam trabalhar remotamente e tenham meios de se sustentar nas cidades.

No Brasil, resorts com infraestrutura completa reforçaram seus centros de convenção e o alcance da internet para oferecer pacotes de longas estadias aos hóspedes. O resort office cresceu em 2020 e é uma tendência que se manterá: dos 52 empreendimentos associados à Associação Brasileira de Resorts, entidade que fomenta e representa o segmento a nível nacional, cerca de 40% aderiram à modalidade desde o começo da pandemia.

CNN Brasil

 

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