O jornal de Hoje anuncia fim da edição impressa.
Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com
O Jornal de Hoje, vespertino que há 17 anos circula em Natal, nesta quarta-feira (15) o fim da edição impressa. Sob o lema “As notícias que os outros só publicarão amanhã”, o periódico passa a direcionar a produção apenas para a Internet.
Segundo editorial publicado na edição desta quarta-feira, a direção do jornal explica que o elevado custo de produção da versão impressa motivou a decisão.
Leia na íntegra o editorial:
O JORNAL DE HOJE dá início neste dia 15 de abril à desativação de sua edição impressa, após quase 18 anos de presença diária nas ruas de Natal e região metropolitana e nos lares de milhares de norte-rio-grandenses, sempre estampando em suas páginas um jornalismo independente, desatrelado de partidos políticos ou grupos econômicos, sem subordinação a ideologias e apegado tão-somente à verdade dos fatos, livre de censura interna ou externa.
A empresa RN GRÁFICA E EDITORA LTDA., sucessora da EDITORA RN/ECONÔMICO LTDA., fundada em Natal pelo jornalista Marcos Aurélio de Sá em 1969 (quando tinha apenas 23 anos de idade), começou editando a revista mensal RN/ECONÔMICO, longeva experiência de publicação especializada que muito contribuiu para que se criasse no Rio Grande do Norte uma mentalidade desenvolvimentista e empreendedora. Depois lançou o hebdomadário DOIS PONTOS, que na década de oitenta alterou a rotina de leitura informativa dos natalenses nos finais de semana, então submetida aos arranjos políticos de uma chamada “paz pública” que fazia a maior parte da imprensa potiguar passar à margem dos grandes problemas do Estado sem abordá-los nem denunciá-los. Por fim, deu origem, em outubro de 1997, ao diário O JORNAL DE HOJE, uma das pouquíssimas experiências de jornalismo vespertino do país.
Acontece que o mundo da informação começou a ser sacudido, nos anos recentes, pela revolução das tecnologias digitais. Em pouquíssimo tempo ficou demonstrado que o uso da rede mundial de computadores como instrumento para transmitir notícias, difundir ideias, imagens e opiniões é incomparavelmente mais ágil e mais barato, tornando-se a cada dia mais acessível a bilhões de seres humanos. Continuar recorrendo exclusivamente à tecnologia de Gutenberg – que por mais de cinco séculos foi imbatível na prestação de bons serviços à comunicação social – seria o mesmo que remar contra a correnteza. Atento a esta realidade, O JORNAL DE HOJE passou a colocar ao alcance dos seus leitores duas edições: a impressa, com tiragem ao redor de 6 mil exemplares, alcançando em torno de 24 mil leitores/dia (levando-se em conta que cada exemplar do vespertino é lido em média por 4 pessoas); e a virtual (www.jornaldehoje.com.br), que vem sendo acessada diariamente por um universo de até 100 mil internautas, segundo confirmam os sites especializados em auditar a WEB no Brasil.
O detalhe que obriga a RN GRÁFICA E EDITORA a iniciar a desativação da edição impressa do jornal é o seu elevado custo. Enquanto a edição virtual alcança quatro vezes mais leitores do que a impressa, sua produção custa cerca de dez vezes menos. Para que o leitor tenha ideia do que isto significa, basta saber que somente o gasto anual para que um exemplar do JH chegue todo dia à casa de cada assinante ultrapassa o valor cobrado pela sua assinatura. Além disso, com o preço do papel de imprensa e de outros insumos indispensáveis à produção do jornal sendo regidos pelo dólar, sempre foge de nosso controle a administração do custo final do produto, enquanto se esvaem as possibilidades de repassá-lo ao consumidor (ou seja, aos leitores e aos anunciantes, que no mundo inteiro optam cada vez mais pela mídia digital).
Assim, antes que se torne insuportável e não possamos honrar o ônus de seguidos prejuízos na manutenção por mais tempo da nossa edição impressa, anunciamos que dentro de alguns dias O JORNAL DE HOJE se limitará a oferecer à comunidade potiguar apenas a sua edição digital, que continuará sendo produzida com a mesma linha editorial que tem sido nossa marca ao longo de mais de quatro décadas.
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