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Pais de escolas privadas defendem ensino híbrido e já recolheram  1,5 mil assinaturas em petição on-line.

Redação/Portal de notícias e fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com

Um grupo de pais de alunos de escolas privadas de Natal está defendendo o direito de escolherem se os filhos podem voltar às salas de aula ou se continuam com as atividades educacionais em casa, de forma on-line. É a retomada das atividades escolares por meio do ensino híbrido. Eles já recolheram mais de 1,5 mil assinaturas em uma petição on-line e tiveram reuniões com o prefeito de Natal, Álvaro Dias, e com representantes do Comitê Científico do RN e dos Ministérios Públicos. As aulas presenciais estão suspensas no Rio Grande do Norte desde o mês de março. Na última semana, o governo do estado prorrogou a suspensão até o dia 18 de setembro.

Organizados em grupos de mensagens para discutir o assunto, os pais e mães argumentam que, além das preocupações com a Covid-19, é preciso pensar também na saúde mental dos filhos e de todos os atores envolvidos nesse processo de educação. “As crianças estão com choro fácil, irritadas e esgotadas mentalmente, passando por dificuldades emocionais. Um dos meus filhos verbaliza que não quer estar na frente de uma tela vendo os professores e os colegas”, disse a pedagoga por formação, Mariana Jácome, que está à frente do movimento em Natal e é mãe de dois meninos, com 3 e 6 anos de idade, estudantes da Open School.

Relato semelhante foi feito pelo advogado Luiz Henrique Medeiros, que tem três filhas, com 6, 7 e 8 anos de idade, que estudam na Maple Bear Natal. “Chegamos em um momento em que a criança não aceita mais a aula on-line e isso está gerando impactos emocionais e no aprendizado. Minha filha mais nova já deveria estar lendo e escrevendo, mas ainda não conseguiu durante esse processo. O que a gente defende é o direito de escolha, baseado na realidade de cada um”, argumentou.

Representantes desse grupo se reuniram nesta semana com o prefeito de Natal, Álvaro Dias, para discutir o assunto. Eles apresentaram uma petição on-line, que conta com mais de 1,5 mil assinaturas defendendo o ensino híbrido. Segundo os pais, o prefeito foi receptivo à causa e se comprometeu em levar o pleito para análise dos especialistas que estão dando o suporte ao Município sobre o retorno às aulas. Houve também uma reunião com o Comitê Científico do governo do estado e membros dos Ministérios Públicos, que ouviram os argumentos.

“Nós não defendemos uma retomada a qualquer custo. Quem se sentir seguro, vai poder mandar seus filhos de volta para a sala de aula. Quem ainda não estiver, permanece em casa. As escolas particulares apresentaram um plano de retomada com selo do Sebrae de Biossegurança e estão preparadas. Espaços de lazer como shoppings, bares e escolinhas de futebol e música estão abertas, e é justo que estejam, mas as famílias também precisam da escola para o desenvolvimento e bem estar das crianças”, reforçou Mariana.

“Muito se fala do risco de transmissão das crianças, mas nós estamos saindo para trabalhar, indo ao supermercado, e estamos voltando para casa. Esse risco também existe com os nossos filhos dentro de casa, mesmo com todos os cuidados que tomamos. Eu confio no protocolo de segurança criado pelas escolas privadas. Essas crianças precisam do convívio social, do acompanhamento do professor. Muitos pais já voltaram ao trabalho e, infelizmente, não podemos mais fazer esse acompanhamento de perto nas aulas on-line”, justificou Luiz Henrique.

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