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O projeto é desenvolvido pela CPFL Renováveis, do Grupo CPFL Energia, em parceria com o CTGAS-ER, do SENAI. Aula inaugural foi realizada nesta semana.

O Rio Grande do Norte ganhou oficialmente, nesta semana, a “Primeira Escola de Formação para Povos Indígenas”, do Brasil, com foco no setor de energia eólica.

O projeto é desenvolvido pela CPFL Renováveis, do Grupo CPFL Energia, em parceria com o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI.

Por meio da iniciativa, homens e mulheres de três comunidades indígenas, no município de João Câmara, terão acesso à qualificação profissional gratuita para exercer atividades no ramo.

A formação será em Auxiliar de Manutenção Eólica, com carga horária distribuída em aproximadamente oito meses de curso, o equivalente a 480 horas.

Os conteúdos estão divididos em seis módulos (eletricista industrial, introdução a sistemas de energia renovável, medição anemométrica para energia eólica, sistemas elétricos aplicados à parques eólicos, tecnologia em aerogeradores e segurança do trabalho em altura), com conclusão prevista para abril de 2024.

Equipes da CPFL e do SENAI-RN, com a turma: Participam do projeto moradores das comunidades indígenas Amarelão, Santa Terezinha e Serrote de São Bento, em João Câmara.

Impulso

De acordo com as instituições envolvidas, o objetivo da formação é potencializar oportunidades de emprego e renda no setor, em constante crescimento na região.

João Câmara está localizado a 74 km da capital, Natal, e reúne a maior população indígena do estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O município também é considerado um dos principais polos potiguares de geração de energia eólica.

Participam do curso moradores das comunidades indígenas Amarelão, Santa Terezinha e Serrote de São Bento.

O processo seletivo para ingresso na iniciativa atraiu 75 inscrições. Desse total, 21 pessoas foram selecionadas.

Capacitação

As aulas práticas da capacitação serão realizadas na Unidade Móvel de Instalações Elétricas, do SENAI, e a parte teórica na Escola Municipal Cícero Varela.

A Unidade Móvel é uma “escola sobre rodas” equipada com laboratório completo e está estacionada em frente à instituição de ensino, em João Câmara.

O início das atividades, nesta segunda-feira (07), contou com a participação de representantes da CPFL e do SENAI.

Em um vídeo de boas vindas, o diretor presidente da CPFL Renováveis, Xinjian Chen, registrou a importância da região para os negócios do grupo e janelas de oportunidades que se abrem no mercado de trabalho na esteira da qualificação.

A companhia tem 49 parques eólicos no Brasil. Desse total, 33, ou cerca de 67%, estão no Rio Grande do Norte. “Mantemos na região parques eólicos responsáveis por gerar uma grande quantidade de energia limpa e renovável, que ajuda a suprir a demanda no estado do Rio Grande do Norte e em todo o país. Acreditamos que uma das formas de colaborar ainda mais com o desenvolvimento local é preparar as pessoas para o mercado de trabalho em nosso ramo de atuação”, complementou Francisco Galvão, diretor de Operação e Manutenção da CPFL Renováveis.

Amora Vieira, diretora do CTGAS-ER e responsável pela estratégia da instituição voltada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), afirmou que o projeto “planta uma semente” nas comunidades indígenas. “Este é um momento preparado com muito carinho. Foi com muito esforço e após muitas reuniões que chegamos aqui para dar o primeiro passo na formação de vocês”, disse ela.

A gerente de Educação Corporativa da CPFL, Carolina Benatti, chamou a atenção para o pioneirismo da iniciativa. “Tanto a CPFL quanto o SENAI estão bastante acostumados a fazer escolas de eletricistas no Brasil, mas escola de formação de Auxiliar de Manutenção Eólica é a primeira. Vocês são pioneiros e já tiveram uma primeira conquista, de buscar uma formação para iniciar uma nova profissão. É isso o que a gente tem para proporcionar a vocês, conhecimento para que possam ter oportunidades profissionais”, disse.

Oportunidades

Evanilda Paz da Silva, de 29 anos, foi aprovada na seleção e pretende conciliar as atividades do curso com a graduação que está fazendo em Pedagogia. “É uma oportunidade e eu agarrei. Não pensei duas vezes”, descreveu ela, atualmente professora de educação infantil na escola indígena do Amarelão, onde vive. “Quando as torres eólicas começaram a chegar todo mundo viu uma oportunidade imensa de trabalhar e eu também me enxergo nessa atividade”, complementa.

O autônomo José Júnior Batista da Silva, 38, é outro que espera a formação e novas oportunidades no caminho. No quintal de casa, em Serrote de São Bento, ele quebra castanhas para comercializar. Mas é no setor elétrico que projeta o futuro. “Sem dúvida nenhuma, é um sonho. Eu tenho conhecimento na área e faço pequenas instalações. Vi as torres eólicas sendo montadas, mas é muito difícil entrar na área sem ter um curso. Agora, me imagino em 2024 terminando o meu e com uma vaga garantida em um parque desses, se Deus quiser”.

Também participaram da aula inaugural representantes da Universidade CPFL, do setor de recrutamento e seleção da empresa e líderes da área de energias renováveis, além da supervisora pedagógica do CTGAS-ER, Marcela Duarte.

As três comunidades indígenas que integram o programa de capacitação também foram beneficiadas por um projeto de dessalinização da CPFL Renováveis com a State Grid.

O sistema foi oficialmente entregue ao Governo do Estado em fevereiro deste ano e atende a mais de 3 mil pessoas de 800 famílias locais, onde a CPFL possui parques eólicos instalados.

O Sistema de Dessalinização Irmã Terezinha Tesselle Galles tem tecnologia inédita no Brasil, é totalmente automatizado, com capacidade para produzir 80 mil litros de água potável por dia. A iniciativa, parceria entre CPFL Renováveis, State Grid, Governo Estadual do Rio Grande do Norte e Prefeitura Municipal, recebeu investimento de R$ 8 milhões da State Grid.

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