A Assembleia Legislativa promoveu, na tarde desta sexta-feira (1), através do mandato do deputado Francisco do PT, Sessão Solene em homenagem ao Dia Estadual da Literatura Potiguar. O evento contou com a participação de representantes da Secretaria de Cultura do Estado, da Procuradoria-geral de Justiça do RN, do Tribunal de Contas estadual, bem como da Academia Macauense e da Norte-rio-grandense de Letras.
O propositor da celebração iniciou seu discurso explicando a origem e o significado do termo “Literatura”.
“O termo Literatura vem do latim e significa ‘letra’, sendo uma das manifestações artísticas do ser humano. Também pode se referir a um conjunto de obras escritas, como sinônimo de Bibliografia. A Literatura é considerada ainda a arte das palavras, ou seja, uma manifestação artística em prosa ou verso, muito antiga, que utiliza as palavras para criar arte. Um texto literário é marcado, acima de tudo, pela função poética da linguagem e se debruça sobre o sentido conotativo – ou figurado – de cada palavra, procurando estender ao máximo a capacidade criativa da língua, a fim de provocar um prazer estético”, detalhou.
Segundo Francisco do PT, o Dia Estadual da Literatura Potiguar é primordial para assegurar e valorizar a história e a cultura Norte-rio-grandense, devolvendo à sociedade sua essência, destacando nomes que contribuíram e contribuem para a formação intelectual do povo potiguar.
“A data foi instituída pela Lei Estadual nº 10.622, de 5 de novembro de 2019, de autoria do ex-deputado estadual Sandro Pimentel, determinando a comemoração e a realização de atividades para o incentivo e a promoção da Literatura Potiguar, anualmente, no dia 9 de julho”, acrescentou.
A respeito das suas proposições a favor da pauta, Francisco citou a criação da Lei nº 11.231, de 4 de agosto de 2022, que dispõe sobre a inclusão de conteúdos da Literatura Potiguar nas instituições de ensino públicas e privadas do RN.
“Como colaborador na luta pelo reconhecimento e divulgação da cultura potiguar, fui autor da Lei 11.231, que prevê a inclusão de conteúdos de Literatura Potiguar na Rede Estadual de Ensino público e particular, como tema complementar e de forma interdisciplinar. Eu entendo ser fundamental valorizar os escritores e as editoras locais, para que possamos promover ações e políticas públicas que venham a democratizar o acesso das crianças aos livros, levando, assim, a Literatura e os escritores para dentro das escolas”, destacou o parlamentar.
Finalizando sua fala, o deputado revelou o motivo pelo qual a data escolhida foi “9 de julho” e reforçou o papel do Legislativo na valorização da cultura local.
“A data de 9 de julho foi escolhida porque é o aniversário do poeta potiguar Gilberto Avelino e também do Folclorista e fundador do Instituto de Antropologia, atualmente Museu Câmara Cascudo, Veríssimo de Melo. Além disso, quero frisar o quão fundamental é o empenho da Assembleia Legislativa no cumprimento dessas e outras leis, objetivando homenagear e oferecer ampla visibilidade àqueles que constituem referência à Cultura Popular Potiguar, no que tange à Literatura”, concluiu.
Representando os homenageados, Kalina de Paiva começou seu pronunciamento externando sua felicidade pela existência do Dia da Literatura Potiguar.
“Minha fala nesta tribuna se coaduna com a alegria de termos um dia para chamar de nosso. Fisicamente, nós habitamos um espaço; mas, sentimentalmente, somos habitados por memórias. Neste dia tão único do ano, somos também testemunhas das vozes que nos antecederam e cantaram a nossa terra ainda no período da formação da nossa Literatura, como Nísia Floresta, Lourival Açucena, Auta de Souza, dentre outros. Esses escritores passaram um legado para o período seguinte, o de transição, no qual fomos embalados pelos versos de Palmyra Wanderley, Gothardo Neto, Afonso Bezerra, Othoniel Menezes. Depois, no período modernista, vimos Jorge Fernandes romper com a tradição e Zila Mamede cantar o mar de uma forma tão única”, relembrou a homenageada.
Kalina continuou sua fala, ressaltando o período atual da Literatura, a vertente contemporânea.
“Agora, nós estamos no período contemporâneo, que se iniciou no final dos anos 1960. Um dia o nosso legado também será repassado, para seguir iluminando e humanizando a nossa sociedade. Hoje, nós estamos fazendo Literatura em tempo real, expandindo-a para além dos limites do Estado e do País. Estamos vendo as vozes femininas, afro-indígenas e LGBTs ganhando projeção em território nacional. Temos Eva Potiguara, nossa escritora indígena, na final do Prêmio Jabuti; temos Bruna Dantas, romancista potiguar e primeira brasileira a ganhar um prêmio nos Estados Unidos, na categoria Literatura Traduzida; e temos Márcio Benjamin, uma voz na Literatura de Terror, projetando o universo sertanejo em âmbito nacional”, detalhou.
Finalizando seu discurso, Kalina de Paiva enfatizou que há muito o que se comemorar nesta data e agradeceu o apoio de algumas pessoas e instituições à Literatura Potiguar.
“Há um público lá fora esperando para ler os nossos universos fabulados, e torná-los acessíveis aos leitores demanda apoio de políticas públicas. E eu creio que já começamos o caminho para o fortalecimento da nossa Literatura. Que sigamos juntos, firmes e em parceria nesta tarefa, dialogando com os valores universais em nossas obras. Deixo aqui o meu abraço de afeto a todas as instituições que têm apoiado a nossa Literatura e a todos aqueles que acreditam na força das letras e das artes. Muito obrigada!”, concluiu.
Homenageados:
Alberto Barros da Rocha Júnios (In Memoriam)
Bia Crispim de Almeida
Carlos Henrique Dias Fialho
Casarão de Poesia de Currais Novos
Cleudivan Jânio de Araújo
Francisca Dorotea Fernandes Dantas
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Roberto Lima de Souza
Vicente Alberto Serejo Gomes
Woden Coutinho Madruga
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