Com o objetivo de conscientizar sobre o câncer infantojuvenil, o “Setembro Dourado” busca alertar pais, profissionais de saúde e a sociedade em geral sobre a importância de se atentar aos sinais e sintomas sugestivos do câncer em crianças e adolescentes. Quando diagnosticado precocemente, o câncer infantojuvenil apresenta 80% de probabilidade de cura, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
O câncer corresponde a um grupo de doenças que têm em comum um aumento descontrolado de células anormais, podendo ocorrer em qualquer local do organismo. No Brasil, assim como nos países desenvolvidos, o câncer se apresenta como uma das principais causas de morte por doença entre crianças e adolescentes de 0 a 19 anos (8% do total). O INCA estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no país mais de 9 mil novos casos de câncer em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos.
Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo e o diagnóstico em fase inicial possibilita um tratamento menos agressivo, preservando a qualidade de vida dos pacientes.
Tumores mais frequentes na infância e na adolescência
Os tumores mais frequentes em crianças e adolescentes são: as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os tumores que atingem o sistema nervoso central, os linfomas (sistema linfático), o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), o tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), o tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), os osteossarcoma (tumor ósseo) e os sarcomas (tumores de partes moles).
Sinais e sintomas do câncer infantojuvenil
– Palidez, hematomas ou sangramento, dor óssea;
– Caroços ou inchaços – especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção;
– Perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, sudorese noturna,
– Alterações oculares – pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;
– Inchaço abdominal;
– Dores de cabeça, especialmente se incomum, persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias);
– Dor em membro ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção;
– Fadiga, letargia, ou mudanças no comportamento, como isolamento;
– Tontura, perda de equilíbrio ou coordenação.
Tratamento
O tratamento corresponde a um trabalho coordenado por uma equipe multidisciplinar (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos e fisioterapeuta).
Pela sua complexidade, o tratamento deve ser feito em centros especializados e compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor, observando as características biológicas e a sua extensão. A atenção integral dada à criança e ao adolescente no seu contexto social e familiar é tão importante quanto o tratamento recebido. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente, como preconizado pelo INCA.
É importante que os pacientes curados continuem o acompanhamento na clínica de seguimento para possibilitar o reconhecimento precoce e os cuidados apropriados em caso de complicações tardias.
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