Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte (Sindjorn) emite Nota sobre demissões de jornalistas.
Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte – Sindjorn, atento aos cenários econômico e político, configurados à partir da chegada da pandemia ao nosso Estado, com reflexos nos veículos de comunicação, antecipou-se para ajudar os jornalistas em demandas que poderiam surgir dentro das empresas. Para isso, fechamos um acordo de assessoria jurídica com o escritório Nelber Advocacia.
A medida mostrou-se necessária. No mês de abril a Tribuna do Norte demitiu mais de 20 trabalhadores em diversos setores, inclusive na redação do jornal. Se não bastasse isso, o veículo ofereceu uma proposta indigna, principalmente para momento de crise, impondo o parcelamento das verbas rescisórias em onze meses. Intervimos como forma de proteger os profissionais e a questão está judicializada.
A mesma Tribuna do Norte, como se não bastassem as demissões, decidiu, também, por reduzir carga horária e, consequentemente, os salários daqueles que permaneceram na empresa.
Nesta esteira seguiram outros veículos de comunicação potiguares. O Agora RN reduziu também a carga horária e salário dos trabalhadores.
Nas principais emissoras de televisão do Estado, a TV Tropical e Ponta Negra mais demissões e cortes salariais. Na BAND Natal a opção também foi reduzir o salário dos funcionários, enquanto que na InterTV Cabugi a proposta sugere redução drástica com mudanças conquistadas em convenção coletiva da categoria.
Em todos esses casos o SINDJORN solicitou, aos setores de recursos humanos das empresas, explicações relativas às reduções e acordos individuais, acompanhando, de perto, através da nossa assessoria jurídica, cada caso.
O SINDJORN deixa claro que não tolerará abusos por parte dos veículos de comunicação. A entidade tomará todas as medidas necessárias para proteger a classe e não se furtará a recorrer, inclusive ao Ministério Público do Trabalho com o intuito de intermediar os casos.
Outrossim nos causa surpresa o fato de que algumas grandes empresas, que estão auferindo lucros com a crise da pandemia, como as do setor de supermercados, deixarem de anunciar, numa atitude mesquinha com o setor da comunicação, responsável direto pela movimentação do mercado em tempos de normalidade.
Se não bastasse isso, incluso pelo Governo Federal entre as atividades consideradas essenciais, o jornalismo e seus profissionais passaram a ser alvos de ataques verbais e físicos por todo o País, numa atitude de intolerância muitas vezes inflamada pelo próprio Presidente da República.
Enquanto bilhões são destinados ao socorro de setores que lucram sempre, como os bancos, não observamos, por parte da União, nenhum projeto específico de atendimento às empresas de comunicação atingidas em cheio pela perda gritante de anunciantes e consequente de receitas essenciais na manutenção das atividades.
O resultado dessa equação desigual e desumana é a perda da qualidade da informação com reflexos na sociedade, consumidora desse “produto” essencial para manutenção da democracia.
Infelizmente, muitos empresários enxergam os trabalhadores como simplesmente números em uma planilha que, para lucrar ou sair da crise, basta cortar, sem observar que, por trás desses números há inúmeras famílias.
Apesar disso tudo, tenhamos confiança que esse momento será superado pela nossa categoria. Não deixaremos de lutar. Juntos somos mais.
SINDJORN
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