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Postado às 13h07 DestaqueEsporte Nenhum comentário

Thalita Simplício corre os 400m ao lado do guia Felipe Veloso | Foto: Alexandre Schneider / CPB.

A potiguar Thalita Simplício foi a primeira mulher do Brasil a conquistar a medalha de ouro no Mundial de atletismo paralímpico, que acontece em Paris, na França, até o dia 17 de julho. Ela venceu nesta terça-feira, 11, os 400m da classe T11 (para atletas cegas), prova em que era a atual campeã mundial. O país ainda havia conseguido mais um pódio com o paulista André Rocha, bronze no lançamento de disco pela classe F52 (que competem em cadeiras). No entanto, o polonês Piotr Kosewicz protestou com o argumento de que André levantou na hora do lançamento. O protesto foi aceito e o brasileiro ficou sem a medalha.

Com a conquista desta terça-feira, o Brasil subiu duas posições em relação ao dia anterior e figura agora na oitava colocação do quadro geral de medalhas, sendo dois ouros, duas pratas e cinco bronzes. A China lidera, com sete ouros, seis pratas e três bronzes, seguida pela Suíça, com quatro ouros e uma prata.

O Brasil é representado por 54 atletas de 19 Estados e 11 atletas-guia na competição. O Mundial de atletismo de Paris é o primeiro após os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e tem sido realizado no Estádio Charlety. O local tem capacidade para 20 mil pessoas e pertence ao clube de futebol Paris FC, da segunda divisão francesa.

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Thalita Simplício fez uma prova consistente, largando bem e, quando chegou ao final da reta oposta da pista, já figurava na disputa pela primeira posição. Nos últimos 200m, assumiu de vez a liderança e finalizou a distância em 56s60. Foi seu melhor tempo pessoal da prova.

“É uma alegria, uma satisfação. Estou muito feliz. Gostei muito da corrida. Aconteceram alguns erros, mas conseguimos contorná-los no decorrer da prova e finalizar bem. Agora vamos partir para os 100m e os 200m para buscar mais medalhas”, afirmou a atleta que nasceu com glaucoma.

Essa foi a quarta medalha de Thalita em Mundiais de atletismo. Ela foi ouro nos 400m e prata nos 200m em Dubai 2019, além de bronze nos 400m em Doha 2015.

Em Paris, além dos 400m, Thalita vai competir nas provas dos 100m, às 6h44 (de Brasília) desta quarta-feira, 12, e dos 200m, no próximo domingo, 16.

No lançamento de disco da classe F52, André Rocha atingiu a marca 20,34m em sua segunda tentativa e havia conquistado o bronze, porém seu movimento foi invalidado após protesto do polonês Piotr Kosewicz, que ficou com a terceira colocação ao lançar para 19,87m.  O indiano Ajitkumar Panchal faturou o ouro ao realizar o lançamento em 21,17m, e o letão Aigars Apinis, a prata, ao atingir 20,46m.

Em outra final do dia, a potiguar Maria Clara Augusto, 19, encerrou a sua participação na sexta colocação nos 100m T47 (amputados de braço), com 12s59, o seu melhor tempo pessoal na prova. A vencedora da prova foi a equatoriana Kiara Rodriguez, que fez 12s17.

“Fiquei muito feliz e satisfeita por ser meu primeiro Mundial e já fazer uma final. Melhorei a minha marca. Sabia que uma medalha seria difícil, mas é muito gratificante perceber que todo o trabalho está valendo a pena”, analisou a atleta que tem má-formação congênita no braço esquerdo, abaixo do cotovelo.

Também finalista do dia, o paraibano Ariosvaldo Fernandes, o Parré, ficou na oitava colocação na decisão dos 400m da classe T53 (que competem em cadeira de rodas), com a marca de 50s34, o seu melhor índice no ano. O medalhista de ouro da prova foi o tailandês Pongsakom Paeyo, que completou em 46s11.

Pelas eliminatórias dos 100m da classe T36 (paralisados cerebrais), a baiana Samira Brito conseguiu um lugar na final da disputa ao correr 15s03 e avançar com o sétimo melhor tempo.

Mais cedo, na manhã desta terça-feira, em Paris, a potiguar Jardênia Felix, da classe T20 (deficiência intelectual), fez a prova dos 400m em 1min00s42 e avançou à final com o sétimo melhor tempo das eliminatórias. A decisão acontece nesta quarta-feira, 12, às 5h22 (de Brasília).

Já nos 100m T13 masculino (para atletas com deficiência visual), apenas o sul-mato-grossense Fabrício Ferreira se classificou dos brasileiros para a final da disputa, com o tempo de 11s02. O mato-grossense Samuel Eckert, com 11s58, e o também sul-matogrossense Paulo Henrique Reis, com 11s68, não avançaram de fase. A finalíssima acontece às 14h30 desta quarta-feira.

Nos 400m T11 (cegos), o fluminense Felipe Gomes fez a sua melhor marca na temporada e avançou à final com 51s19. Envolvido na mesma disputa, o capixaba Daniel Mendes cruzou a linha de chegada em 52s91, tempo que não foi suficiente para levá-lo a ficar entre os que vão concorrer por uma medalha.

Entre as mulheres, a maranhense Rayane Soares conseguiu um lugar na final dos 200m T13 (deficiência visual) após completar a eliminatória da prova em 26s31. A prova que vale medalha será às 14h58 (de Brasília) desta quarta-feira.

Bronze adquirido
O paraibano Cícero Nobre conquistou a medalha de bronze no lançamento de dardo F57 (cadeirantes) após o medalhista de ouro da prova, o iraniano Amanolah Papi, ter tido a sua marca de 50,09m contestada pelos adversários por uma irregularidade na noite desta segunda-feira, 10, em Paris. O entendimento do recurso foi que o vencedor da prova não manteve o posicionamento correto na hora do lançamento e teve sua marca invalidada.

Com a eliminação do primeiro colocado, o brasileiro, que havia encerrado a sua participação na quarta posição da disputa, com 48,31m, subiu uma colocação e conquistou mais uma medalha para o Brasil.
O ouro da prova ficou com o turco Mummahet Khalvandi, que havia obtido a prata com 49,98m, e o segundo lugar, com Yorkinbek Odilov, do Uzbequistão, com 49,39m, terceiro colocado até então.

“Fiquei até um pouco surpreso [de receber o aviso da medalha]. A sensação é de que o justo foi feito. O recurso tecnológico detectou depois da prova que o primeiro colocado queimou na prova. Estou bastante feliz, meu segundo Mundial na carreira. Só felicidade”, afirmou Cícero.

Comitê Paralímpico Brasileiro

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