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Postado às 23h12 CulturaDestaque Nenhum comentário

Escritos da Alma – Brechando a vida alheia com reflexão dos tempos –

Almocei com a filha no Natal Shopping e depois de sorvete e passeio fiz um pit stop no Café da Praça.
Sentado quieto vi chegar uma figura triste, se abanquetou e fez o pedido.
Sendo um pouco sensitivo, percebi aquela energia no ar e escaneei a figura.
Logo lembrei dela, apesar da aparência envelhecida.
Muitos anos atrás, a via sempre acompanhada de um senhor muito mais velho, ao ponto de achar que era filha. Identificando a mesma como cliente do meu pai – que dentista foi, relembrei que tempos atrás, ao vê-la com ele, pesquisei e descobri que era um casamento.
A partir daí os encontrei inúmeras vezes, sempre juntos, sorridentes, curtindo a cidade, restaurantes, cinemas, em vários lugares, conversando, cafés, agradáveis, felizes.
Passei a admirar pois a diferença de idade era muito grande, mas estavam sempre juntos, era gostoso ver o casal circulando, o tempo passando e eles firmes.
Hoje ela estava só, ele fez a passagem, aquela pessoa jovial que identificava nela, estava radicalmente mudada, olhar perdido, corpo abatido, energia em baixa…
Que leitura fiz? Primeiro da graça dele ter encontrado ela e apesar de velho, ter desfrutado tanto tempo de companhia e amorosa presença, depois do quanto ela realmente o amava, pois estava com olhar evasivo, muito envelhecida desde a última lembrança que tenho.
Ele foi um privilegiado em tê-la encontrado, ela agora está solitária, olhar perdido, envelhecida…
Lá nos recônditos de minha alma desejei a ela igual destino, encontrar alguém jovem ou não, que a ame, que possa lhe proporcionar uma nova motivação.
Quantos de nós estamos assim, olhares vagos, histórias idas, seguindo, indo, importante focar em coisas boas, encontrar motivações e achar a vida boa e sempre oportuna.
Fora disso é o abismo que está sempre ofertando a visão de um lugar lá embaixo, sombrio, sem nenhuma esperança.
Esteja na luz, nos faróis, sempre alguma coisa boa e especial, pode estar no café da praça.
Luzzzz.

Flávio Rezende aos três dias, décimo segundo mês, ano dois mil e vinte e três. 17h. Natal. RN-BRASIL

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