Marca Maxmeio

www.eliasjornalista.com

Postado às 13h02 Nenhum comentário

Exposicão Fotográfica Faces do Reduto Estreia Neste Sábado Na Casa da Ribeira.

Redação/Portal de Notícias e Fotojornalismo Natal/eliasjornalista.com

A exposição fotográfica Faces do Reduto, que estreia neste sábado (20) na Casa da Ribeira, é uma narrativa imagética inscrita e produzida pelo olhar sensível de Mônica Mac Dowell. O ensaio é composto pela seleção de múltiplas fotografias capturadas por Mônica na ocasião da pré-produção do seu curta-metragem “Rosa de Aroeira” (filme documentário que retrata as histórias de algumas mulheres criativas e fecundas residentes na Comunidade do Reduto, em São Miguel do Gostoso (RN).

A mostra irá acontecer dentro da celebração de 20 anos da Casa da Ribeira: “No dia 20 nós abrimos oficialmente as comemorações dos 20 anos da Casa da Ribeira, com público presencial restrito de acordo com os decretos estadual e municipal. Exibiremos o documentário “20 anos de um Sonho” e recebemos o público com a exposição “Faces do Reduto”, que nos faz lembrar do valor maior de nossa Cultura que está na arte originária descendente dos antepassados e se mantendo resistente até os dias atuais”, destaca Henrique Fontes.

A exposição reúne um acervo de trinta fotografias que foram impressas em canvas, bordeadas por cercaduras de madeira e decoradas por cetins policromos que circundam e abraçam delicadamente as fotografias produzidas por Mônica e os desenhos tramados em linho branco pelas mãos artesãs das labirinteiras do Reduto potiguar. O ponto de vista das fotografias concebidas transcreve de forma inspiradora e perceptual o dia a dia destas mulheres litorâneas e traslada de modo sensorial a paisagem agreste e a vida das suas personagens.

Por meio do enquadramento, da angulação e da iluminação genuinamente naturalistas a realizadora imprime aos seus registros fotográficos uma tessitura de crônica visual, além de, promover uma sintaxe visual que culmina em aprazíveis construções imagéticas acerca da natureza bucólica do lugar e da identidade feminina das personagens registradas. Mulheres que tecem e que costuram as suas histórias de vida por meio das produções em labirintos que demarcam o tempo e a memória das suas existências e do seu habitat.

A amabilidade com que Mônica Mac Dowell capturou as imagens da Comunidade do Reduto revela uma escritura visual legítima e uma estética fotográfica iminentemente feminina, concebida a partir de uma narrativa imagética, e, nomeada por uma representação autoral, que dialoga de forma melodiosa e contígua com a paisagem mulheril do lugar – flagrando – por meio da sua lente naturalista, a reprodução fiel da força de trabalho cultivada e desenvolvida por estas artesãs potiguares.

A exemplo da fotografia o labirinto também é um trabalho manual voltado para a laboração artística e para o registro da vida cotidiana. Historicamente as labirinteiras depositam na criação dos seus artesanatos um pouco do seu contexto e das suas histórias de vida por meio dos desenhos no tecido. As mesmas essências artísticas, inventivas e fecundas, estão presentes na Exposição Faces do Reduto que revelou – por meio da poesia e da textura impressas nas fotográficas – os múltiplos sentidos e as inúmeras semioses acerca da identidade criativa e produtiva das mulheres da Comunidade do Reduto.

A disposição das fotografias dispostas na Exposição Faces do Reduto compõe um mosaico e um fluxo narrativo linear e sequencial adotando uma contiguidade entre as fotografias em exposição. Dentre as imagens selecionadas encontram-se um díptico e dois trípticos que transcrevem o mesmo cenário e os mesmos temas de forma dialógica e poética.

A narrativa do olhar do espectador irá dialogar intimamente e transversalmente com a narração do olhar sensorial e delicado da lente de Mônica Mac Dowell – a partir da fotografia “Pôr do Sol” – que abre a exposição. O ciclo narrativo tem seu desfecho com a fotografia – “Pela Estrada a Fora” – finalizando a imersão e a viagem espectatorial por entre as deslumbrantes fotografias que foram concebidas e arquitetadas por meio da delicadeza e da polidez do olhar de Mônica Mac Dowell sobre a Comunidade do Reduto em São Miguel do Gostoso.

O labirinto e as labirinteiras protagonizam a exposição de Mônica Mac Dowell e orbitam no mosaico estético e estilístico da realizadora que almeja difundir e impulsionar – no Brasil e no exterior – o trabalho destas mulheres artesãs por meio da transladação visual apreendida e atravessada pela sensorialidade impressa em cada uma das suas fotografias. Com a exposição a idealizadora propende também atender a uma lacuna social difundindo a produção do labirinto tramado por estas artesãs femininas além de almejar o despertar e o interesse de investidores para a economia criativa da Região.

Os comentários estão desativados.