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Postado às 14h11 DestaquePolítica Nenhum comentário

Crédito da Foto/João Gilberto.

Na Sessão Ordinária desta quarta-feira (9), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, no horário destinado às lideranças, Dr. Bernardo (PSDB) e Eudiane Macedo (PV) discursaram a respeito de situações relacionadas à Saúde Pública. O deputado criticou o congelamento de 24 anos da tabela SUS (Sistema Único de Saúde), por parte do Governo Federal; e a parlamentar repudiou a possibilidade de fechamento da Maternidade Leide Morais, localizada na Zona Norte de Natal.

“O que me traz a esta tribuna hoje é a problemática da Saúde, não apenas do RN, mas do Brasil. A Saúde está doente no país inteiro. E eu, que sou médico há 30 anos, aprendi no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) que é preciso chegar ao diagnóstico antes de fazer o tratamento adequado”, iniciou Dr. Bernardo.

Para o deputado, o grande problema da Saúde Pública no Brasil é a defasagem da tabela do SUS. “Ela não remunera os procedimentos realizados, e isso gera um problema financeiro para os estados e municípios, que, além de terem que assumir o ônus, assumem também a culpa, quando o serviço não é de qualidade. Mas a verdade é que a culpa é do Governo Federal”, apontou.

Em seguida, o parlamentar pediu apoio à bancada federal do Estado, a fim de resolver a questão. “Então, eu quero chamar a atenção da nossa bancada federal, para resolver de uma vez por todas o problema da tabela do SUS, que há mais de 20 anos não tem reajuste. Imaginem uma cirurgia de vesícula por R$ 525 reais; pensem numa cesariana, feita por quatro médicos, e o SUS há 20 anos pagando o mesmo valor: R$150,05 reais, gerando R$ 37,50 para cada profissional”, detalhou, acrescentando que os estados e municípios não conseguem remunerar os profissionais com esses valores recebidos do Governo Federal.

Na sequência, o parlamentar repercutiu um comunicado do diretor do HUOL, a respeito do fechamento recente de alguns setores do hospital universitário. “E o que eu trago hoje é uma denúncia grave. O Governo Federal achou pouco asfixiar os estados e municípios. Agora, até o hospital federal do RN não consegue funcionar. Eu estou aqui com uma resolução, desta semana, feita pelo diretor do HUOL. No documento, ele informou que a partir do dia 3 de novembro fecharia os serviços de internação por meio do ambulatório e não seria mais possível atender pacientes de primeira vez”, disse.

Segundo o deputado, “isso é um absurdo. O Onofre Lopes fechou as portas para o povo do Rio Grande do Norte”. “Agora, só funcionam 31 leitos de internação de pediatria e 5 leitos de UTI pediátrica. Foram fechados os andares 1 e 4 do prédio, além de 9 leitos de UTI adulto e o Centro Cirúrgico e Ambulatorial. Também houve a suspensão das biópsias, e a unidade de ultrassom e endoscopia está funcionando com 50% da sua capacidade”, informou o parlamentar.

Ao final da sua fala, Dr. Bernardo convocou a classe política para se unir em prol da abertura das portas do Hospital Universitário Onofre Lopes. “É um dever do Governo Federal atender principalmente os casos de alta complexidade, mas ele não está cumprindo seu papel. Ninguém sabe quantos atestados de óbito serão emitidos no RN em virtude dessa resolução. A fila já é grande e agora vai piorar. E nós veremos os pacientes do Rio Grande do Norte morrerem pelo descaso do Governo Federal com os estados e municípios”, finalizou.

Ainda no horário dos líderes, a deputada Eudiane Macedo se pronunciou a respeito do risco de fechamento do Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Leide Morais, localizado na Zona Norte de Natal.

“Eu estou acompanhando, através dos meios de comunicação e redes sociais, denúncias sobre o possível fechamento dessa maternidade. O Sindicato dos Médicos do RN – Sinmed – recebeu denúncia dos profissionais que atuam na unidade de saúde, dizendo que a maternidade recebeu ameaça de fechamento por parte da Prefeitura de Natal. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a justificativa seria a falta de obstetras para complementar a escala de plantões, o que tem deixado a maternidade por vários dias sem cumprir sua função de atendimento”, informou a deputada.

Segundo Eudiane, o sindicato dos médicos diz que o motivo pela falta de profissionais é o atraso no pagamento dos plantões desses obstetras, que chega a 4 meses. Ainda de acordo com a parlamentar, a maternidade Leide Morais é referência em partos humanizados, realizando uma média de 2 mil procedimentos por ano e quase 400 curetagens uterinas. “São números relevantes em atendimentos para a Zona Norte. Então, a perda desse serviço vai causar uma superlotação em outras unidades de saúde de Natal, além de colocar a vida de mães e bebês em risco”, alertou Eudiane.

Ao final do seu discurso, a deputada fez um apelo para que prefeitura e secretaria reavaliem e transmitam o que realmente está acontecendo, “porque isso deixa a população aflita e, mais ainda, as mães da Zona Norte da capital”.

“Eu peço que o Executivo veja essa situação com atenção, porque nesses últimos dias já houve o fechamento da Ala Pediátrica da UPA de Pajuçara. E agora, tomamos conhecimento desse fechamento da Maternidade Leide Morais. Eu tentei contato com o secretário, mas ainda não consegui. Estou aguardando o retorno dele, pois nós precisamos averiguar se esses fatos realmente são verídicos. Essa situação me preocupa muito, porque no momento mais sublime da vida da mulher, ela poderá sofrer com a falta de apoio do Estado”, concluiu a deputada, acrescentando que seu mandato já protocolou um documento para enviar à secretaria, buscando esclarecimentos.

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