Marca Maxmeio

www.eliasjornalista.com

Postado às 20h11 CidadePlantão Nenhum comentário

Crédito João Vital.

Programação faz parte do processo de prestação de contas dos investimentos realizados pelo Governo Cidadão com recursos viabilizados pelo acordo de empréstimo firmado com o banco

A missão do Banco Mundial que está em Natal participando do processo de prestação de contas dos projetos financiados pelo banco no Rio Grande do Norte em quase uma década, visitou nesta quarta-feira (29) dois empreendimentos de inclusão produtiva da agricultura familiar e as instalações do Laboratório de Anatomia Patológica e Citopatologia.

A primeira visita foi na Associação dos Agricultores Familiares da Comunidade Campinas (AFCC), no cinturão verde da Grande Natal, no município de Extremoz. Com recursos viabilizados pelo acordo de empréstimo firmado pelo Governo do Estado, via Projeto Governo Cidadão, com o Banco Mundial, foi construída uma fábrica de beneficiamento de frutas que aguarda apenas a concessão do certificado do Ministério da Agricultura para entrar em operação. Foram investidos R$ 667 mil na construção do prédio, aquisição de equipamentos e qualificação de pessoal.

“Vai mudar muita coisa aqui, principalmente a vida das 17 famílias inclusas no projeto. Com a fábrica em operação haverá uma logística diferente, 100% gerida pela associação”, afirmou Karina Figueiredo Raposo, presidenta da AFCC. Na comunidade são produzidas acerola, manga, graviola, banana e coco em sistema consorciado com culturas de curto ciclo, como milho, feijão, jerimum e melancia, além de hortaliças.

A AFCC é fornecedora do programa governamental de compras de produtos da agricultura familiar. Atualmente, as frutas produzidas na comunidade e/ou adquiridas fora dela, são levadas para duas unidades de processamento de polpas, uma em São Gonçalo do Amarante e outra em Rio do Fogo, e depois entregues aos órgãos públicos.

O início da operação da fábrica, elimina o processo de terceirização, melhorando a renda das famílias e abrindo vagas de emprego formal. “Não podemos esquecer que toda uma cadeia produtiva também está sendo beneficiada indiretamente, fazendo com que o Estado tenha um desenvolvimento econômico mais sustentável”, destacou Heder Oliveira, coordenador substituto da área de Projetos Sociais e Sustentabilidade.

“Acompanhar de perto o processo de produção de polpas de frutas, desde o cultivo e o manejo, e perceber que estamos alcançando nossos objetivos graças aos investimentos do projeto é extremamente gratificante”, comemorou Najla Galvão, engenheira que atua no setor de contratos do Governo Cidadão.

Mercado

Embora não existam estudos recentes, o mercado de polpa de frutas no RN é promissor. O aumento da procura por alimentos saudáveis abre espaço para crescimento das vendas. E os agricultores familiares se mobilizam para conquistar um naco do mercado privado. “As unidades financiadas pelo Governo Cidadão foram bem trabalhadas na questão do processo produtivo com qualidade. Elas tendem a crescer, mas o sucesso vai depender do processo de gestão. É preciso colocar em prática o que foi planejado”, destaca Franco Marinho, gestor do Projeto de Fruticultura do Sebrae/RN. O Sebrae foi parceiro do Governo do Estado na qualificação da mão de obra das 20 unidades de processamento de polpas financiadas pelo Governo Cidadão.

Um exemplo de sucesso é a unidade de Poço da Forquilha, em Janduís, município do Médio Oeste Potiguar. Conduzida por mulheres, a Sabores da Forquilha produz entre duas e três toneladas de polpas de acerola, goiaba, caju, tamarindo e cajarana por mês, dependendo da demanda. A matéria-prima sai do quintal dos moradores da comunidade.

A associação comunitária está em processo de aquisição de uma nova despolpadeira e também de um veículo apropriado para transportar a produção. Tendo órgãos públicos – governo, prefeituras – como principais clientes, a Sabores da Forquilha busca o mercado privado. “Estamos vendo o Ceará”, diz Silvana Hipólito Monteiro, tesoureira da Associação Comunitária.

Nova Vida

No Assentamento Nova Vida II, em Maxaranguape, outro local da visita de campo, foram investidos R$ 459 mil na perfuração e instalação de um poço tubular, aquisição de sistema de irrigação e usina de energia fotovoltaica, compra de um trator e a instalação de uma casa de empacotamento (packing house) para embalagem das frutas, além da contratação de assistência técnica especializada. Os equipamentos levam irrigação a 10 hectares de frutas, resultando na ampliação da área de produção e introdução de novas culturas.

De imediato, o benefício refletiu na conta da energia elétrica. “Chegamos a pagar faturas de até R$ 3.800. Com a energia solar, essa conta caiu para 140, 150 reais”, informou Aurino Batista, presidente da Associação. A instalação de uma minifábrica de polpas, nos moldes da que foi implantada na comunidade Campinas (Extremoz) está no planejamento dos assentados.

Laboratório

Localizado na Avenida Mor Gouveia, no bairro Felipe Camarão, Natal, o Laboratório de Anatomia Patológica e Citopatologia do Rio Grande do Norte é um marco no compromisso do Estado com a qualidade e ampliação dos serviços diagnósticos, especialmente no que se refere a exames citológicos. O novo laboratório surge como resposta efetiva à responsabilidade do Estado em assegurar o controle de qualidade desses exames, além de expandir a oferta de diagnósticos para tratamentos oncológicos.

O investimento é de R$ 9,4 milhões. Equipado com tecnologia de ponta, o laboratório visa otimizar os processos, garantindo que os casos de câncer, em especial os de colo de útero e mama, cuja prevalência é alta no RN, sejam diagnosticados no tempo adequado para o início imediato do tratamento.

A visita foi acompanhada por uma delegação de Sint Maartens, país que faz parte do reino da Holanda, encravado na ilha caribenha de San Martinho, atingida em 2017 pelo furacão Irma, categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson.

“Fiquei impressionado com as iniciativas visitadas e suas abordagens inovadoras para a sustentabilidade. Na unidade de processamento de frutas, me chamou atenção, o desenvolvimento de capacidades dos beneficiários para fabricar produtos de qualidade que atendem às demandas do mercado, e a importância das capacitações. O subprojeto de fruticultura irrigada nos mostrou uma agricultura inteligente, economizando água, energia e dinheiro, ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade. O laboratório de anatomia mostrou-se importante quanto a eficiência e precisão”, atesta Fabianus Fliervoet, que faz parte da Unidade de Gerenciamento de Projeto em Sint Maarten.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *